Um golo, duas assistências, pormenores de classe. O Sporting desta época tem sido Bruno Fernandes e mais dez. Frente ao Portimonense não foi diferente: o craque leonino chegou aos 23 golos na época e tornou-se no primeiro médio a chegar a tal fasquia na história do Sporting, ultrapassando António Oliveira que fez 22 golos. Frente aos algarvios, foi dele o golo tranquilizador, depois de uma entrada 'a matar', com dois golos num minuto (Diaby aos dez e Raphinha aos onze). Paulinho reduziu aos 30, no melhor período do Portimonense. 'Leão' volta às vitórias e mantém-se a três pontos do SC Braga, 3.º colocado.
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O jogo: 'loucura' esgotou nos primeiros 45 minutos
O Portimonense seria o adversário ideal para o Sporting fazer as pazes com os adeptos. Os algarvios vinham de quatro derrotas e um empate nos últimos cinco jogos e apenas uma vitória nos últimos oito encontros na I Liga (dois empates e cinco derrotas). Uma equipa em baixo, sem Jackson Martinez, e que perdeu Manafá, Nakajima e Ewerton em janeiro.
Mas Alvalade está em 'guerra', entre os adeptos e a equipa, entre os adeptos e a direção. Apenas 24 907 esptacdores disseram presentes, numa das piores casas da época.
O jogo pedia uma 'chuva de golos', tal foi a loucura do primeiro tempo: o Sporting a marcar dois golos em apenas um minuto (aos dez e aos onze), o Portimonense a responder por Paulinho a meia hora, uma 'bomba' de Ruben Fernandes devolvido pela barra e Renan a negar o golo aos algarvios em duas situações. Pelo meio, falhanços incríveis de Diaby e Bas Dost que levaram Alvalade ao desespero.
A loucura do primeiro tempo explica-se pela forma como as duas equipas entraram no jogo: o Sporting a querer (e a conseguir) marcar cedo no encontro e por mais que uma vez. Por isso, pressionou o Portimonense logo na sua saída de bola. O problema é que a 'manta' é curta e os 'leões' raramente conseguiram impedir os criativos de Folha de sair a jogar. Com Paulinho a manobrar as jogadas ofensivas, o Portimonense conseguia, com alguma facilidade, chegar perto da área do Sporting, principalmente depois de Diaby e Raphinha ter dado vantagem ao Sporting.
A leitura de Keizer no segundo tempo foi a melhor para os interesses do Sporting, embora alguns adeptos não tenham percebido a mudança: o Sporting teve uma postura mais conservadora, deixou de pressionar o Portimonense na sua saída de bola, recuou no terreno e, com isso, reduziu o perigo para a sua baliza. A entrada de Doumbia no lugar de Raphinha explica essa postura do técnico, mais preocupado em conservar a vantagem que em dilata-la.
Depois Bruno Fernandes sentenciou o jogo com uma grande penalidade convertida aos 90, numa falta cometida sobre ele próprio. O médio voltou a ser preponderante, não só pelo golo que marcou, a dar tranquilidade, mas por aquilo que produziu nos 90 minutos, sempre com alta qualidade: a forma como descobre Raphinha para o segundo golo é de uma inteligência acima da média: passe espetacular, entre o defesa o lateral esquerdo Henrique. Aliás, colocou a bola nessa zona com precisão em mais que uma ocasião, mostrando grande precisão e leitura de jogo. Antes, tinha marcado o canto para Diaby fazer o 1-0.
Ao Portimonense, faltou-lhe mais frescura nos derradeiros minutos para criar espaços na defensiva do Sporting e jogadores com outra capacidade com bola. Os que entraram pouco acrescentaram. Sexta derrota nos últimos nove jogos do Portimonense para a Liga, apenas uma vitória, que mantém a equipa no 10.º posto.
Já o Sporting, à boleia de Bruno Fernandes, mantém-se a três pontos do SC Braga, na luta pelo 3.º posto. Bruno Fernandes chegou aos 12 golos na I Liga, o 23.º em toda a época, a que junta ainda oito assistências no primeiro escalão do futebol português. Sem dúvida, um fora-de-série.
Momento-chave: Renan mantém 'leão' à tona
O Sporting passava por um 'mau-bocado' no final do primeiro tempo. Foi aí que surgiu Renan Ribeiro a salvar o Sporting com duas defesas fantásticas, a remates de Paulinho e Wellington Carvalho. O Sporting manteve assim a vantagem ao intervalo
Os Melhores: Bruno Fernandes e Paulinho, os 'magos' da noite
Bruno Fernandes foi, sem surpresa, o Homem do Jogo. Além do golo e das duas assistências, mostrou enorme capacidade de passe e leitura de jogo. Sempre lúcido, na hora de decidir e tomar a melhor opção.
Enquanto houve Paulinho, houve Portimonense. O criativo brasileiro foi o mais desequilbrador da equipa e coroou a sua exibição com um golo.
Os Piores: Meia casa e muita impaciência
Foi pelo lado direito da defesa que o Portimonense que o Sporting criou maior perigo, principalmente no primeiro tempo. Os 'leões' exploraram bem o espaço entre Henrique o centraldo seu lado. O defesa esquerdo teve enormes dificuldades para travar Raphinha
Os 24 907 eseptadores mostram o divórcio que existe entre a equipa do Sporting e os adeptos. Nem meia casa atestam bem o momento da equipa principal de futebol dops 'leões', já quase afastado da luta pelo título e fora da Europa. Os assobios, nas fases menos boas do Sporting no jogo, não ajudaram em nada a equipa de Kiezer.
Reações: Folha sem medo, Keizer pede ajuda para Bas Dost
Folha: “Há que continuar com o mesmo espírito, jogar sem medo de perder”
Pedro Sá: “Só com trabalho é que as coisas podem melhorar”
Marcel Keizer: “Temos que ajudar Bas Dost a voltar ao seu melhor”
Bruno Fernandes: “Temos que melhorar todos”
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