O Benfica somou no sábado o quarto triunfo seguido na Primeira Liga, ao vencer em casa do Vizela por 2-1. Os encarnados dominaram o encontro, chegaram ao 2-0 com alguma facilidade, o que deixou no ar a possibilidade de uma goleada, mas terminaram com o credo na bola e a suspirar de alívio aos 90+10. Um sofrimento desnecessário.

A quarta vitória deixa a equipa com 12 pontos, provisoriamente no segundo lugar, a um do líder FC Porto. Um bom ensaio do Benfica antes da estreia na fase de grupos da Liga dos Campeões.

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O jogo: Magia anunciou goleada mas no fim foi só ansiedade

Schmidt disse que a "vitória podia ter sido mais fácil" e tem razão. O Benfica controlou o jogo, criou as melhores oportunidades, jogou sempre no meio-campo contrário mas, nesta liga com quase prolongamento em todos os jogos, tantos são os minutos que se têm dado de desconto, tudo pode acontecer.

E se acontecesse algum resultado que não a vitória do Benfica, a culpa seria só e apenas do Benfica.

Os campeões nacionais continuam com a mesma dinâmica da época passada, permitindo pouco aos adversários pela forma como controlam e dominam com bola.

Em Vizela, a equipa criou de todos os lados. As incursões de Di Maria pela direita, com ajuda de Bah, foram difíceis de travar. As deambulações de João Mário, a criar superioridade no lado da bola, também foram cruciais, tal como as movimentações de Petar Musa, a sair da área para ligar com os colegas ou então a fixar os centrais contrários. Rafa andou endiabrado, principalmente no segundo tempo, quando o Vizela subiu e deixou mais espaço atrás.

Com Bah a jogar quase como um ala, a dar largura, Di Maria vinha por dentro para fazer estragos, sempre em combinações curtas, com João Mário, Rafa e Kokçu. O futebol rendilhado e de toque curto da equipa de Schmidt ia desmontando a defensiva do Vizela, assim como a capacidade dos executantes. No primeiro tempo foram dois golos (Petar Musa e Di Maria), mas podiam ter sido mais.

O Vizela, que não tinha feito nenhum remate à baliza de Trubin e só tinha tido 27 por cento de posse de bola na primeira parte, tentou algo diferente no segundo tempo com Diogo Nascimento a mexer com o jogo. O 1-2, de penálti de Samu, aos 70 minutos, alimentou o sonho de algo mais, mas só se o Benfica quisesse. O domínio e controle continuavam do lado encarnado, assim como as oportunidades de golo, que Buntic ia negando.

Mesmo fazendo pouco, o Vizela teve um lance que podia empatar a partida, aos 90+10, por Essende, o farol do ataque da equipa Pablo Villar. Schmidt suspirou de alívio, assim como todos os adeptos do Benfica. Não havia necessidade de tanto sofrimento.

Agora vem aí a Champions, onde os campeões nacionais querem voltar a brilhar, como fizeram na época passada, ao chegarem aos quartos de final. O primeiro adversário é o Salzburgo, um velho conhecido de Schmidt.

O momento do jogo: Magia para descansar

O golo cedo de Musa, aos 09 minutos, retirou alguma ansiedade que pudesse surgir com o desenrolar do jogo, caso o marcador permanecesse empatado. Depois surgiu a magia de Di Maria, num livre direto superiormente marcado, para o 2-0. Com tantas facilidades em criar, chegou-se a pensar que o Benfica ia embalar para a goleada.

Os Melhores: Buntic gigante, Di Maria com varinha mágica

A bola por cima da barreira, a deixar Buntic pregado no relvado no 2-0, foi apenas um dos pormenores exibidos por Di Maria em campo. A forma como lança Kokçu aos 17 minutos, deixando o turco na cara de Buntic, foi outro dos muitos momentos de Di Maria que ficou na retina. Sempre que fazia diagonais da direita para o meio, trazia com ele magia e pânico nas defensiva contrária.

O Vizela pode agradecer a Buntic o facto de não ter sofrido outro resultado. Dominou no seu território e arranjou tempo para duas defesas fantásticas no segundo tempo, para manter a equipa na discussão do resultado.

Em noite 'não': Pouco Vizela na 1.ª parte

O Vizela parece precisar de sofrer para reagir. Em Alvalade diante do Sporting esteve a perder por 2-0, reagiu no segundo tempo até empatar. Na noite de sábado, a mesma coisa com o Benfica. O técnico Pablo Villar e o capitão reconheceram que a primeira parte foi má, como mostram os três remates feitos, nenhum deles enquadrado e apenas 27 por cento de posse de bola. Para pontuar frente aos grandes, é preciso algo mais no ataque... ou então não dar uma parte de avanço.

Reações

"Metemos o Benfica a perder tempo". Samu e Pablo Villar destacam reação mas reconhecem que 1.ª parte foi má

Schmidt assume que triunfo "podia ter sido mais fácil", Musa quer ajudar "seja a titular ou saindo do banco"

Veja o resumo do Vizela-Benfica