O Belenenses anunciou esta quarta-feira que "não desiste de voltar a ter uma equipa de futebol sénior" e vai apresentar propostas aos sócios, em Assembleia-Geral, após o tribunal arbitral ter determinado a resolução do acordo parassocial com a SAD.

"Apesar de ser ainda necessária uma análise jurídica detalhada do extenso acórdão, o CFB informa os seus associados e todo o país desportivo de que não desiste do seu firme propósito de voltar a ter uma equipa de futebol sénior que honre e partilhe os valores do Belenenses, clube quase centenário", pode ler-se no comunicado emitido hoje pelo clube do Restelo.

O tribunal arbitral constituído no âmbito do Centro de Arbitragem Comercial de Lisboa determinou a resolução do acordo parassocial assinado entre a SAD do Belenenses e o clube em 2012, o que impede a direção liderada por Patrick Morais de Carvalho de tentar a recompra da maioria do capital social da SAD dos ‘azuis', detida pela Codecity Sports Management (CSM).

Ainda assim, o clube não se resigna com a decisão que hoje foi tornada pública e marcou uma conferência de imprensa para quinta-feira, às 19:00, para se pronunciar sobre a sentença arbitral, aproveitando igualmente a Assembleia-Geral de 28 de novembro para apresentar propostas aos sócios.

Além de considerar que a extinção do acordo parassocial traz "prejuízo evidente para a instituição Belenenses", a direção dos ‘azuis' apelou à união, considerando que todos são "poucos para levar de vencida mais esta batalha, provavelmente a maior destes 98 anos de existência".

Com esta decisão do tribunal arbitral, o clube perdeu a possibilidade de recomprar os 51% da sociedade detidos pela CSM, num processo que foi iniciado em junho de 2016, quando a direção do clube solicitou a constituição de um tribunal arbitral para ver restituído e reconhecido o direito de poder recuperar o controlo da SAD.

No dia 04 de novembro de 2012, os sócios do Belenenses aprovaram, em Assembleia Geral, a proposta de alienação da maioria do capital social da SAD à Codecity Sports Management, liderada por Rui Pedro Soares.

Mais tarde, a 10 de março de 2014, a SAD denunciou o contrato parassocial assinado, dando início a uma ‘batalha' entre as duas partes e que nos últimos anos tem sido travada com mais vigor pelo presidente do clube, Patrick Morais de Carvalho, que sempre manifestou a intenção de recuperar a maioria do capital social da SAD e a gestão do futebol profissional.

Segundo o acordo parassocial, que foi agora considerado extinto, o clube teria duas oportunidades para tentar a recompra da SAD, a última das quais entre outubro deste ano e janeiro de 2018. Após a decisão conhecida hoje, esta última ‘janela' ficou sem efeito.