A “caixa de segurança” da Luz vai ser usada sexta-feira no clássico de futebol Benfica-FC Porto «como sempre tem sido desde que foi inaugurada», defendem os “encarnados”, perante o silêncio “azul e branco”.

Segundo fonte do clube da Luz, contactada pela Agência Lusa, «a caixa de segurança nunca deixou de ser usada», mesmo naqueles jogos em que o adversário «fez deslocar um número reduzido de adeptos», visto que o objetivo da rede é «evitar que sejam lançados objetos para as bancadas situadas em planos inferiores, onde se encontram adeptos do Benfica».

«O que acontece é que a rede tem sido usada consoante os setores ocupados pelos adeptos do clube visitante, com exceção daqueles que tinham sido danificados no jogo com o Sporting e que estavam em recuperação», disse a mesma fonte, lembrando que a rede pode ser utilizada para «quinhentos, setecentos ou três mil e tal adeptos».

Em relação ao clássico de sexta-feira, da 21ª jornada da Liga, a “caixa de segurança”, composta por duas redes laterais e uma frontal, está preparada para «receber os 3.600 bilhetes pedidos pelo FC Porto para os seus adeptos», que correspondem a cerca de cinco por cento da capacidade total do estádio.

Ainda de acordo com mesma fonte, «os regulamentos obrigam o clube visitado a disponibilizar cinco por cento da lotação do estádio», pelo que são esperados na Luz mais de três mil adeptos portistas.

Contactado pela Agência Lusa sobre a “caixa de segurança”, o FC Porto declinou qualquer comentário, remetendo-se ao silêncio.

Entretanto, fonte da UEFA esclareceu à Lusa que as «medidas de segurança nos estádios europeus são da responsabilidade das autoridades locais» e reconheceu que «não existe regulamentação» para enquadrar as denominadas «caixas de segurança».

No entanto, a mesma fonte da UEFA deixou claro que, «em finais de competições (de clubes) ou em fases finais de torneios (de seleções)» por si organizados, «não aceita a utilização de redes nos recintos dos jogos».

O Benfica estreou a “caixa de segurança” a 26 de novembro, no clássico com o Sporting, na 11.ª jornada, uma iniciativa dos “encarnados” que foi, então, encarada pelos responsáveis “leoninos” como uma provocação, razão pela qual o presidente Godinho Lopes e todos membros da administração e dos corpos gerentes decidiram não marcar presença na tribuna VIP do Estádio da Luz, num gesto de solidariedade com os seus adeptos, na apelidada “jaula”.

O clima de tensão e hostilidade que se gerou em torno do jogo acabou mesmo por culminar com atos de vandalismo praticados por adeptos do Sporting, os quais, após o jogo, destruíram e deitaram fogo a um setor da bancada no topo norte do recinto.

Estes atos provocaram elevados prejuízos, a ponto de causarem danos, entretanto já reparados, na cobertura e na própria estrutura de betão armado, de acordo com o relatório que o Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC) elaborou após vistoria à zona afetada.

Benfica e FC Porto defrontam-se sexta-feira, em encontro da 21.ª jornada da Liga portuguesa, numa altura em que partilham a liderança, ambos com 49 pontos.