Em 110 anos de rivalidade entre Sporting e Benfica são muitas as histórias que tiveram lugar nas muitas dezenas de confrontos entre as duas equipas.
Cinco histórias dos dérbis
Os jogadores que não queriam voltar ao campo devido à chuva no primeiro dérbi
As versões diferem. Alguns defendem que o primeiro dérbi teve lugar em outubro de 1908. Mas optámos pelo o que a maioria parece concordar, que o primeiro confronto foi ocorreu de facto no dia 1 de dezembro de 1907, no tempo do futebol amador. O Sporting que na altura tinha subtraído oito ex-jogadores do Benfica - os jogadores encarnados mudaram-se para Alvalade porque o banho tinha água quente - venceu essa partida por 2-1. A segunda parte tinha acabado de se iniciar, mas os jogadores foram a correr para o balneário devido à intensa chuva que começou a cair e não queriam voltar para o campo. Foi mesmo o árbitro que usou a pedagogia para obrigar os jogadores a voltarem para dentro do campo. O Sporting acabou por vencer o jogo depois de um autogolo de Cosme Damião. Sim, esse mesmo, o senhor que dá o nome ao museu do Benfica.
Salazar dá origem à Supertaça
Dia solene. Decorria o dia 10 de junho de 1944, dia de inauguração do estádio Nacional no Jamor. Obra do governo liderado por Oliveira Salazar. Os convidados de honra são os dois maiores clubes de Lisboa. O Sporting, vencedor do campeonato contra o Benfica, que foi o vencedor da Taça de Portugal. Os leões vencem por 3-2, com golos de Peyroteo (2) e um de Eliseu. Mesmo sem querer, Salazar acabou por fundar a primeira versão da Supertaça. A competição 'à séria' só veria a luz do dia em 1979.
Brinco de Vítor Baptista
É uma das grandes histórias do futebol português e do dérbi entre Benfica e Sporting em particular. Decorria o ano de 1978. O dia: 12 de fevereiro. O golo do triunfo foi apontado por Vítor Baptista um dos 'bons malandros' do nosso desporto rei. Durante os festejos o jogador perdeu o brinco e fez com que os companheiros estivessem durante alguns minutos a procurar o dito, mas nada. Mais tarde Vítor Batista explicou o motivo da preocupação: "O brinco custou-me 12 contos, o prémio de jogo era oito. Perdi dinheiro".
Caniggia foi expulso, partida teve que ser repetida, mas o Sporting acabou por ver reconhecido o triunfo
Decorria o ano de 1995. O Sporting venceu o encontro na Luz (2-1) com golos de Balakov e Iordanov, sem apelo nem agravo. Mas o caso do jogo foi a expulsão de Caniggia que motivou decisão inédita. Jorge Coroado mostrou primeiro o cartão amarelo ao jogador argentino e depois o vermelho. O problema é que Canniggia não tinha visto um primeiro amarelo. O Benfica queixou-se e a partida foi repetida. Algum tempo mais tarde a FIFA acabou por dar razão ao Sporting e atribuiu o triunfo aos leões.
A mãozinha de Paulo Bento e a medalha de Pedro Silva
É uma episódio relativamente recente datado de 2009. O Sporting vencia por 1-0, quando ao minuto 73 foi assinalada uma grande penalidade por suposta mão de Pedro Silva. A bola bateu-lhe no peito. O jogador acabou expulso e perdeu a cabeça, dando um empurrão ao árbitro Lucílio Baptista. Paulo Bento, técnico dos leões, fez na altura um gesto com a mão queixando-se de 'roubo' nesse lance. O Benfica empatou a partida e acabou por vencer a Taça da Liga nas grandes penalidades. Na cerimónia de entrega das medalhas, Pedro Silva atirou a medalha para o relvado.
*Artigo publicado originalmente no dia 21 de abril às 07h50.
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