O Benfica entra em campo com a pressão de querer vencer para prestar homenagem ao Pantera Negra, enquanto os azuis e brancos vão com a intenção de impedir essa comemoração, porque sabem da importância dos três pontos da vitória para as suas aspirações.
Resultados à parte, os adeptos de futebol vão querer ver um grande espetáculo para honrar o legado de Eusébio, ele que participou por 33 vezes em clássicos com os Dragões.
O avançado do Benfica conseguiu triunfar por 15 vezes sobre os rivais da cidade do Porto, tendo perdido oito e empatado dez jogos, com 25 golos marcados.
A primeira vez que o "Rei" marcou aos portistas foi a 22 de abril de 1962, na véspera de o Benfica jogar a final da Taça dos Campeões Europeus, em Amesterdão, com o Real Madrid, e o jogo entrava nas contas da segunda mão dos oitavos-de-final da Taça de Portugal. Eusébio virou o marcador aos 38 minutos e os encarnados venceram por 3-1, com mais duas assistências de Eusébio para golos de António Simões. O gesto de Eusébio a comemorar o seu primeiro golo neste jogo continua a ser uma das imagens mais marcantes da sua carreira como jogador de futebol.
Os encarnados de Jorge Jesus sabem que o velhinho Estádio da Luz foi o terreno ideal para derrotar os adversários da Invicta, recordando os golos que Eusébio marcou (16) dos 25 apontados ao FC Porto, tendo triunfado por dez vezes e perdido apenas por duas no antigo palco dos encarnados.
O guarda-redes mais batido por Eusébio era do FC Porto e chamava-se Américo, tendo apontado 17 golos ao então guarda-redes portista, conhecido no mundo do futebol como o «guarda-redes suicida». Contudo, Eusébio e Américo foram grandes amigos fora dos relvados.
Mas não foram só os golos e vitórias que marcaram a vida de Eusébio nos clássicos. Foi num desafio com o FC Porto que sentiu pela primeira vez a sensação de ser expulso, isto a 4 de outubro de 1964, nas Antas.
Eusébio marcou o seu o último golo ao serviço do Benfica precisamente ao FC Porto, num jogo de caráter particular realizado no Estádio Colombes, em Paris a 31 de março de 1975, e que o Benfica venceu por 5-1.
Um dos momentos mais marcantes na vida de Eusébio foi quando a mãe do Pantera Negra assistiu, pela primeira vez, ao vivo a um jogo do filho no Estádio da Luz, em 1969, contra o FC Porto para a Taça de Portugal. No primeiro tempo, o avançado benfiquista lesionou-se com uma pancada forte e caiu no relvado. Elisa não conseguiu aguentar a ansiedade e saiu do estádio, pedindo que a levassem para casa. Dentro de campo, o filho viria a marcar dois golos e o Benfica ganhar 3-0. Numa das comemorações, Eusébio correu para junto da linha e apontou para o lugar onde estava a mãe, sem saber que ela já não se encontrava para o ver.
Nesse encontro, José Maria Pedroto, então treinador do FC Porto, ficou muito irritado com a exibição dos seus jogadores e expulsou todos os jogadores portistas do estágio no Lar do Jogador até ao desafio seguinte a contar para o campeonato português.
Com Eusébio, o Benfica conquistou 11 campeonatos em 15 possíveis. Na era "pós-Eusébio", conquistou apenas 11 em 38 anos.
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