Duarte Gomes estreou o programa 'Livre Arbítrio', do Canal 11, onde serão analisados alguns lances de arbitragem da Primeira Liga. O diretor técnico de arbitragem da Federação Portuguesa de Futebol analisou os penáltis no Moreirense-Sporting e ainda a grande penalidade no AVS-Benfica, e também um dos golos do FC Porto no terreno do Rio Ave.

Na opinião de Duarte Gomes, alguns lances mais polémicos poderão explicar-se pela falta de experiência dos árbitros: "Cerca de 40% dos árbitros tem menos de 3 anos na primeira categoria e 25% tem menos de dois. Cerca de 30% dos VAR começaram este ano. São muitos jovens, há dores de crescimento, falta carimbo tático que vão aprendendo só com jogos e quilómetros", analisou.

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Sporting-Moreirense, 75 minutos, penálti de Landerson sobre Trincão

"É uma decisão tecnicamente pacífica, um pontapé de penálti bem assinalado. O que está em destaque é a colocação do árbitro. Não é só proximidade, é a colocação mesmo. Não deve excessivamente próximo porque fecha o foco, deve ter alguma distância. Entre 10 e 15 metros. Sentiu que a jogada descaiu e acompanhou o processo da jogada. Não se deixou tapar por ninguém. Poderia ser ou não ser salvo pelo VAR, mas tomou a decisão sozinho porque estava muito bem colocado"

Sporting-Moreirense, 88 minutos, penálti de Marcelo sobre Trincão

"Esta situação dá um desenho mais ou menos semelhante. Mais uma vez a colocação do arbitro, a serenidade. é uma decisão que não deixa dúvidas a ninguém. Justifica-se o cartão amarelo porque é um corte de uma oportunidade clara de golo na tentativa de jogar a bola na área. Ele fica isolado, mas o jogador faz a rasteira na tentativa de jogar a bola. Duas decisões que aprecem pacificas e fáceis, mas é preciso ter mérito para decidir bem"

AVS-Benfica, 84 minutos, grande penalidade de Devenish sobre Pavlidis

"Foi uma situação que escapou ao árbitro. Há aparentemente um corte na bola, muitas queixas do jogador... e quando o árbitro vê um jogador com muitas queixas tende a desconfiar. Fala com a equipa. De facto há um corte na bola e não há posição irregular. Mas depois do corte na bola há uma entrada por trás na perna direita a varrer o Pavlidis. É daqueles lances em que percebemos que entrar primeiro à bola nem sempre anula a infração seguinte se for negligente. Escapou ao escrutínio de um árbitro. Uma ação que ficou por punir e de um cartão amarelo. Não era vermelho porque a bola não fica para a frente do Pavlidis. A bola desviou a trajetória para a linha lateral e está um defesa na dobra. Se a bola vem para a frente é vermelho"

Rio Ave-FC Porto, 4 minutos, golo do FC Porto após canto

"O Alan Varela está perto do guarda-redes e até tem um comportamento inicial que não deve ter, de se encostar ao guarda-redes, obrigando-o a empurrá-lo e que depois aparece em fora de jogo muito perto do guarda-redes, mas lá está, o guarda-redes vê a trajetória da bola e aquele jogador não teve impacto na maneira como aborda o lance. Se a bola fosse na linha do Alan Varela havia justificação para o fora de jogo. É subjetivo. Se ele podia chegar à bola e vê a trajetória da bola, aquele corpo, ainda que muito perto, não afeta claramente o campo de visão."