Os ex-administradores da SAD do Vitória de Guimarães Júlio Mendes e Armando Marques exigem, em tribunal, cerca de 2,7 milhões de euros a Mário Ferreira, acionista maioritário da sociedade responsável pela equipa da I Liga portuguesa de futebol.
O processo foi interposto pelos ex-dirigentes vimaranenses em 17 de setembro, no Tribunal Judicial da Comarca de Braga, segundo a informação disponível no portal Citius.
Contactado pela Lusa, o ex-presidente do Vitória de Guimarães e do conselho de administração da SAD, Júlio Mendes, recusou esclarecer os motivos para a interposição da ação judicial, mas adiantou estar disponível para a retirar, se Mário Ferreira, detentor de 57% do capital social, vender as suas ações ao clube, que tem 40% da sociedade.
"Se o senhor Mário Ferreira vender as ações que tem ao clube pelo valor que as comprou, eu retiro a ação no mesmo dia", afirmou.
O antigo dirigente vitoriano disse ainda que Mário Ferreira, empresário português radicado na África do Sul, lhe garantiu que "estaria sempre disponível para uma solução que contribuísse para o crescimento e o engrandecimento do Vitória", algo que, a seu ver, não cumpriu.
Presidente do Vitória de Guimarães entre 2012 e 2019, Júlio Mendes foi também o primeiro presidente do conselho de administração da SAD do clube minhoto, criada em 10 de abril de 2013, com um capital social de um milhão de euros, com Mário Ferreira na posse de mais de 50% das ações por cerca de 800 mil euros.
O último aumento de capital na SAD vitoriana, para 4,5 milhões de euros, data da assembleia geral de acionistas realizada em 18 de junho de 2016, não tendo havido qualquer alteração desde então.
Em março de 2018, o portal brasileiro UOL Esporte revelou que o Banco de Minas Gerais, com um histórico de envolvimento em clubes brasileiros, estaria interessado em comprar as ações de Mário Ferreira, algo que não aconteceu.
Júlio Mendes e os restantes elementos da sua direção, entre os quais Armando Marques, demitiram-se da liderança do clube e da SAD em 27 de maio de 2019 e uma das justificações para a decisão foi a falta de novo investimento na SAD a partir de 2016, em parte motivada pela indisponibilidade dos sócios vitorianos em abrirem as portas a maior investimento externo - recusaram uma mudança dos estatutos nesse sentido em 08 de setembro de 2018.
"Há três [quatro] anos que a Vitória SAD não recebe qualquer financiamento dos seus acionistas, o que se compreende face à indisponibilidade para mudar a governação da SAD. Ela não gera receitas extraordinárias. A exigência dos sócios não é compatível com esta falta de investimento", disse o então presidente, aquando do anúncio da demissão.
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