É sempre incontornável falar dos treinadores num clássico entre Benfica e FC Porto. São eles quem treinam os jogadores e preparam a tática para um dos espetáculos mais importantes da época. Tal como os maestros numa orquestra, os treinadores de futebol acabam por ser muitas vezes o rosto, e a personalidade, que sobressai na reprodução das peças sinfónicas. No futebol, por vezes, o ritmo sobressai sobre a melodia e a rivalidade histórica acumulada muitas vezes extravasa para a rivalidade pessoal.
Apesar de todos os treinadores afirmarem, invariavelmente, que um clássico é mais um jogo de futebol que vale apenas 3 pontos, a verdade é que um Benfica – FC Porto é mais do que um jogo: é a própria matriz da rivalidade entre dois clubes de futebol das duas maiores cidades do país.
A relação entre Jorge Jesus e Vítor Pereira nunca foi harmoniosa. Os treinadores representam duas instituições que lutam pelos mesmos objetivos e a animosidade entre os dois foi sempre patente nas conferências de imprensa. De acusações de egocentrismo aos "famosos" bloqueios, as trocas de palavras entre os dois têm vindo a alimentar o ambiente para o clássico.
E o clássico também se joga fora dos relvados, nomeadamente nas palavras dos treinadores, que encarnam ao longo da época o papel de defensores dos respetivos clubes. Para além de ter herdado a equipa de André Villas-Boas, Vítor Pereira herdou também o espaço para os «mind-games» de Jorge Jesus e a relação entre os dois nunca foi das melhores.
Para o jogo de domingo, os treinadores de Benfica e FC Porto vão ter outro desafio para além da preparação tática e estratégica para o clássico. Os jogadores vivem como ninguém estes jogos e provavelmente o treinador que conseguir preparar melhor os seus jogadores a nível de disciplina irá partir em vantagem.
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