O tempo passa, diz-se corriqueiramente, e aqui passou mesmo num ápice. De repente, que é como quem diz 89 jogos depois, Francisco Conceição está apenas a uma partida de ultrapassar o registo do pai ao serviço do FC Porto enquanto jogador.

Depois duas épocas consecutivas 2019-2020 e 2020-2021, Francisco rumou aos Países Baixos durante uma temporada para representar o Ajax, acabando por regressar ao Dragão para realizar a melhor época da carreira, agora prestes a terminar.

Curiosamente, recorda o Jornal 'O Jogo', um percurso idêntico ao de Sérgio Conceição, que também se afastou dos dragões durante um tempo - neste caso três épocas - para depois regressar ao clube do coração.

Depois de duas épocas sem se conseguir afirmar, Francisco Conceição encontrou a sua melhor versão e um lugar no onze titular dos dragões, tornando-se uma peça basilar da estratégia portista. E se coletivamente as coisas não correram de feição, sobretudo internamente, a título individual o jogador de 22 anos tem conseguido impor-se, chamando a si a responsabilidade de virar jogos, baralhar defesas, e até marcar golos - alguns de belo efeito.

Desempenho que foi correspondido com mais minutos em campo, o que acabaria por se traduzir na ativação da cláusula de forma automática, sendo os dragões obrigados a pagar 10 milhões de euros ao Ajax. Assim aconteceu, estendendo o vínculo com os azuis e brancos até 2028, ficando com uma cláusula de rescisão de 60 milhões de euros.

O crescimento de Francisco Conceição não passou ao lado do selecionador Roberto Martínez, que entregou ao jovem extremo a possibilidade de se estrear pela seleção A, ainda que em particulares, e com direito a elogios.

A pouco mais de um mês do início do Euro, mantém-se a dúvida se o irrequieto extremo portista será chamado para representar a seleção na Alemanha, mas também é certo que nunca esteve tão perto de o conseguir.