Num jogo em que o prefácio foi de apoio às vítimas da guerra na Ucrânia, o espetáculo do bom futebol foi o protagonista, mas também houve expulsão prematura, dois golos e uma reta final muito nervosa. No fim, vamos todos para casa e retomamos as nossas vidas, mas foram 90 minutos para esquecer (para o bem) este nosso mundo.

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O FC Porto já se esqueceu de como é perder na I Liga. Já lá vão 52 jogos sem perder mais do que dois pontos, como foi o caso desta partida, que terminou empatada a um golo contra o surpreendente...

...a partir de hoje deixaremos de adjetivar o Gil Vicente como 'surpreendente', fruto do sólido quinto lugar conquistado ao longo das 24 jornadas disputadas. Deixa de ser surpresa, para ser um das equipas com o melhor futebol na I Liga 2021/22.

A jogar reduzido a dez elementos desde o minuto 2, a formação orientada por Ricardo Soares mostrou-se com alma desde a defesa até ao ataque, resultando num bonito golo aos 62 minutos, com mérito para Fran Navarro, que o concluiu de forma magistral. O avançado espanhol é agora o jogador com mais golos marcados ao serviço do Gil Vicente numa edição da I Liga.

Logo de seguida surgiu o golo do empate portista, aqui com mérito do trabalho conjunto de Otávio e Taremi e com conclusão de Evanilson, ele que esteve envolvido no lance que gerou a expulsão de Vítor Carvalho logo no primeiro lance da partida.

Uma partida que teve ainda uma carga emocional diferente ao que estamos habituados numa partida de futebol da I Liga, com os jogadores das duas formações, juntamente com a equipa de arbitragem, a alinharam-se para exibir a bandeira da Ucrânia. Nas bancadas, os Super Dragões formaram uma tarja com a frase "Stop the War" [Parem a Guerra].

O FC Porto praticou um bom futebol, tem vindo a trabalhar no 'fator surpresa' nos lances de construção ofensiva, evitando que todas as jogadas circulem pelas laterais, mas pela frente encontrou uma sólida barreira defensiva 'made in Barcelos', construída pelo engenheiro Ricardo Soares, que soube ler muito bem a partida à medida que iam passando os minutos. Contudo, não se limitou a defender, este Gil Vicente, órfão de um jogador, atacou como pôde. E fê-lo muito bem.

Os últimos 15 minutos foram mais agitados, com os os dois bancos e adeptos a pedirem que o jogo não acabasse empatado. Mas assim foi.

O FC Porto não aproveitou o deslize do perseguidor Sporting diante do Marítimo e leões e dragões continuam separados por seis pontos. Quem aproveitou estes resultados foi o Benfica, que venceu o Vitória de Guimarães por 3-0.

O Gil Vicente soma e segue, não perdendo há nove jogos, sendo o melhor registo da história do clube de Barcelos no campeonato português.