O responsável pela Liga, que marcou presença na sede da Cruz Vermelha numa iniciativa dos árbitros em prol das vítimas do Haiti, aludia aos incidentes ocorridos no túnel da Luz no Benfica-FC Porto da época passada, cujas imagens a Agência Lusa divulgou sexta-feira, e no Benfica-FC Porto da época em curso, que levaram a comissão disciplinar da Liga a suspender preventivamente os jogadores portistas Sapunaru e Hulk.
"Não faço nem farei qualquer declaração sobre processos de ordem disciplinar", disse Hermínio Loureiro, que lembrou ter a comissão executiva, no início do mandato, "fornecido todos os meios para o cabal desempenho das comissões de disciplina e de arbitragem".
O presidente da Liga referiu que a responsabilidade de actuar é das duas comissões, às quais "compete zelar pelas questões que dizem respeito a cada uma delas", a partir do momento em que lhes foram dados "todos os meios para o fazer".
Hermínio Loureiro também não quis justificar o aparente atraso que se verifica no processo dos incidentes da Luz da época em curso, escudando-se no argumento de que não faz comentários sobre matérias disciplinares, "quer estejam ainda em apreciação, como é o caso deste, quer estejam terminadas".
Para Hermínio Loureiro, o que importa "é o que se passa nas quatro linhas, no jogo jogado", centrando a sua preocupação em criar condições para que "existam bons espectáculos, muitos adeptos, festa e competitividade".
Confessou-se "preocupado com todos os casos de violência associados ao fenómeno desportivo" e salientou "a necessidade de se trabalhar no sentido de prevenir e evitar que casos recorrentes como os do túnel da Luz voltem a ocorrer".
Para Hermínio Loureiro, trata-se de matéria de natureza regulamentar, pelo que deixa uma sugestão aos clubes: "No final da época há sempre um período para alterações regulamentares, no qual os clubes participam e podem propor alterações. Vamos aguardar, sendo certo que se exige uma atitude preventiva que não pactue com situações de violência".
Mais evasivo se mostrou a responder à posição pública do FC Porto, para o qual não vale a pena apresentar queixas à Liga, porque esta "não é imparcial nem credível".
"Tanto quanto julgo saber o FC Porto não tem feito queixas, mas isso são questões do foro disciplinar…", disse.
Desafiado a explicar como era possível a inexistência de qualquer inquérito disciplinar aos incidentes no túnel da Luz da época transacta, cujas imagens foram tornadas públicas pela Agência Lusa, Hermínio Loureiro admite uma alteração aos regulamentos.
"Os regulamentos da Liga estão de acordo com a actual legislação, a qual também sofreu alterações recentes, e temos de estar permanentemente abertos a corrigir os regulamentos de modo a que estejam de acordo com a legislação em vigor no nosso país", referiu o presidente da Liga.
Rebateu a ideia de estar a ter um final de mandato intranquilo, lembrando que ele e a sua equipa "definiram uma estratégia, um plano de acção e compromissos com os seus associados", aos quais caberá dizer "se esses compromissos foram cumpridos".
Disse, ainda, qual era o clima que se vivia no futebol quando ele e a sua equipa chegaram à Liga: "Se dizem que hoje há intranquilidade, o que diriam nesse ano em que chegámos à Liga".
Quanto ao processo eleitoral para os novos órgãos sociais da Liga, reafirmou a ideia de que vai levar o mandato até ao fim, como prometeu, e de que não se irá recandidatar: "Estou certo de que serão encontradas pessoas disponíveis, com vontade, ideias e projectos novos para dar continuidade ao trabalho de regeneração e credibilidade do futebol em Portugal".
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