A “família” benfiquista despediu-se com lágrimas e uma sentida ovação do “rei” Eusébio, o maior símbolo do clube lisboeta, cujo último desejo foi hoje cumprido no Estádio da Luz, a sua “casa” de sempre.
O caixão com o corpo do antigo futebolista internacional português foi transportado até ao centro do relvado, cumprindo depois uma volta ao terreno do jogo, sob os cânticos de perto de 10.000 pessoas, que o aplaudiam e cantavam «Tu és o nosso rei, Eusébio».
Desde a manhã que o Estádio da Luz foi palco de sucessivas homenagens ao “Pantera Negra”, desde cidadãos anónimos a figuras públicas que se despediram daquele que é considerado o melhor futebolista português de sempre.
O carro funerário que transportava o caixão foi obrigado a deter-se por duas vezes quando abandonava o relvado para retirar cachecóis e flores lançadas das bancadas, enquanto nos altifalantes se ouvia a música Con te partirò, cantada por Andrea Bocelli.
Um momento em que em simultâneo passavam nos écrans do estádio imagens de Eusébio, dos golos, dos festejos, das jogadas, e que sucedeu a outro igualmente de grande emoção: o hino do Benfica, cantado enquanto o caixão se encontrava no centro do relvado.
A assistir no camarote presidencial estava toda a estrutura diretiva e atletas de várias modalidades do clube lisboeta, muitas figuras públicas e a família, ao lado do presidente Luís Filipe Vieira.
As lágrimas deram lugar aos aplausos e de novo às lágrimas, à medida que era evocada a memória de Eusébio, com o treinador da equipa de futebol, Jorge Jesus, a mostrar-se como um dos mais emocionados.
A chuva, que foi caindo cada vez com mais intensidade, e o facto de ser um dia de semana não impediu milhares de pessoas de se deslocarem ao recinto “encarnado”, algumas com símbolos de outros clubes, como o rival Sporting.
Pouco tempo depois de o carro ter deixado o relvado já as bancadas do estádio da Luz também se iam despindo, mas as homenagens a Eusébio vão prolongar-se até ao funeral, marcado para as 17h00 horas, no cemitério do Lumiar, em Lisboa.
Eusébio da Silva Ferreira morreu no domingo, às 04h30, vítima de paragem cardiorrespiratória.
O “Pantera Negra” ganhou a Bola de Ouro em 1965 e conquistou duas Botas de Ouro (1967/68 e 1972/73). No Mundial de Inglaterra, em 1966, foi considerado o melhor jogador e foi o melhor marcador, com nove golos, levando Portugal ao terceiro lugar.
Eusébio nasceu a 25 de janeiro de 1942 em Lourenço Marques (atual Maputo), em Moçambique.
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