A Naval 1º de Maio, da Liga de futebol, foi alvo de um pedido de insolvência devido a uma dívida de 60 mil euros ao seu ex-futebolista Gilmar, disse hoje o advogado do jogador.

O médio brasileiro representou o clube da Figueira da Foz entre 2005 e 2009 e rescindiu unilateralmente o contrato alegando atraso no pagamento de vencimentos. Em Janeiro do ano passado viu a Comissão Arbitral Paritária dar-lhe razão ao reconhecer uma dívida de mais de 130 mil euros, que a Naval não regularizou na totalidade.

«Chegámos à conclusão de que o clube Naval 1º de Maio está em situação de insolvência. Não tem qualquer património, só tem dívidas, bens penhorados, até os barcos de remo estão penhorados», disse hoje à agência Lusa o advogado Gonçalo Ribeiro.

O pedido de insolvência, ainda não decretada, mas que poderá ditar o fim da agremiação da Figueira da Foz, que conta 118 anos de existência, deu entrada na passada sexta feira no 2.º juízo do Tribunal Judicial da Figueira da Foz, confirmou fonte judicial.

A Naval ainda não foi notificada, disse, por seu turno, Nuno Mateus, assessor jurídico do clube. «Não tenho conhecimento de qualquer pedido de insolvência», afirmou.

Apesar de a Naval ter pago 71 mil euros em Janeiro de 2011, já depois de constituir a sociedade anónima desportiva (SAD) que, actualmente, detém os direitos desportivos do futebol profissional, «para poder inscrever novos jogadores», o advogado reclama o pagamento do valor remanescente – «um aditamento ao contrato registado na Liga» – que totaliza cerca de 60 mil euros.

Para tal, avançou com uma penhora de bens do clube, concretizada no início de Fevereiro, que acabou por resultar na penhora dos troféus da Naval, «os únicos bens que não estavam ainda penhorados», segundo Gonçalo Ribeiro.

A execução da penhora dos troféus foi feita, de acordo com o advogado de Gilmar, na presença do assessor jurídico e dirigente da SAD do clube, Nuno Mateus, que hoje, confrontado com a situação, recusou tecer comentários.