O treinador da União de Leiria, Manuel Cajuda, alertou hoje para a necessidade de os futebolistas serem «incentivados para ganhar», depois de uma semana em que o plantel boicotou um treino, protestando contra ordenados em atraso.
Na antevisão da partida de segunda-feira, para a 21.ª jornada da Liga, frente ao Olhanense, Cajuda sublinhou a importância do encontro para o futuro do clube, avisando ser necessário dar mais motivação aos atletas.
«É um jogo extremamente importante. Podemos ganhar, vamos trabalhar para ganhar, temos a obrigação de lutar para ganhar. Mas, precisamos de tranquilidade e os jogadores precisam de ser incentivados para ganhar. Têm capacidade para isso, já o demonstraram ao longo destes 14 jogos», disse, referindo-se ao período em que está à frente da equipa.
No último lugar da classificação, a União de Leiria precisa de pontos para fugir à despromoção.
Mas, a equipa continua a somar casos aos maus resultados e esta semana houve mesmo boicote a um treino por parte dos jogadores, uma forma de protesto contra os três meses de salários em atraso.
«Se cumprirmos as nossas obrigações, se todos o fizermos, a União de Leiria ficará na I divisão. Se houver uma parte que não cumpre, seja ela qual for, então o trabalho é muito mais difícil», afirma o técnico, lembrando: «Há uma semana, os jogadores quiseram parar e eu convenci-os a não pararem».
Servindo-se desse exemplo, Manuel Cajuda voltou a garantir hoje que não é "um agitador", recusando a ideia de estar por detrás da tomada de posição do plantel, "para camuflar os resultados desportivos".
«Vim para ajudar. Não tenho vergonha dos meus resultados e tenho de incentivar os meus jogadores a continuarem a fazer esses bons resultados amanhã (segunda-feira), com o Olhanense», disse.
Cajuda recordou o seu passado na União de Leiria - subiu uma vez de divisão, obteve a melhor classificação de sempre na Liga (quinto lugar em 2002/2003) e foi a uma final da Taça de Portugal - para lembrar que só está ligado «a bons momentos do Leiria».
«Vim tomar conta de uma equipa que, nos últimos 23 jogos que fizera, apenas conseguira duas vitórias e teve um recorde nacional de sete derrotas consecutivas em casa, só comparável ao que o Salgueiros fez há 49 anos», lembrou o técnico.
Manuel Cajuda foi claro: «Se o campeonato tivesse começado quando vim para cá, o Leiria estaria na 11.ª ou 12.ª posição, com quatro ou cinco equipas atrás de nós. Estes resultados não são seguramente resultados que me envergonhem. Se dependesse só dos meus resultados, o Leiria estava fora da ‘linha de água’».
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