O Benfica chega ao clássico com o FC Porto, que fecha a primeira volta da I Liga, com um percurso intermitente: primeiro com um futebol longe de agradar e, ultimamente, em subida, a terminar o ano na liderança.
A última época, em que perdeu três “finais” num mês, pareceu deixar muitas sequelas na equipa de Jorge Jesus, que, apesar de não vender e de se ter reforçado, entrou com muitas dificuldades no campeonato nacional.
A estreia não podia ter sido pior e, à semelhança do que tem acontecido nos últimos anos, o Benfica não venceu – perdeu nos Barreiros com o Marítimo (2-1) -, mas, pior do que isso, foram as deficiências mostradas, numa equipa sem “nota artística”.
Foi um período de algum experimentalismo, com o lado esquerdo da defesa a voltar a ser um “quebra-cabeças”: a aposta no brasileiro Bruno Cortez, titular nos três primeiros jogos, falhou, e o Benfica foi ao mercado buscar o brasileiro Siqueira.
Os reforços sérvios Djuricic e Suleijmani são trunfos apenas de banco e o jovem Markovic, que tem merecido elogios, passou a ser aposta regular, sobretudo face à maior perda que o Benfica teve que enfrentar, com a lesão grave de Salvio, no final de agosto.
O técnico Jorge Jesus perdeu, assim, um dos seus melhores ativos e um jogador fundamental no futebol ofensivo das “águias” durante toda a primeira volta e ainda não contará com ele para o clássico.
O arranque também ficou marcado pela ausência “forçada” de Cardozo, a cumprir castigo face ao inquérito após os incidentes da última época, em que contestou o treinador. O avançado paraguaio regressou apenas a 14 de setembro e “partiu” por lesão, há mais de dois meses, após cinco jogos seguidos a marcar.
Os primeiros pontos perderam-se na primeira e terceira jornadas, com o Marítimo e na casa do Sporting (1-1) – com um aflito triunfo (2-1) pelo meio com o Gil Vicente, graças a um “bis” nos descontos -, mas os maiores percalços – impensáveis – aconteceram na Luz e já com a equipa aparentemente estabilizada.
Primeiro com Belenenses (1-1, à sexta jornada) e, depois, com o Arouca (2-2, 12.ª jornada). Pelo contrário, o Benfica venceu, após Alvalade, os seis jogos realizados fora, em Guimarães, Estoril, Coimbra, Vila do Conde, Algarve e Setúbal.
Com o decorrer dos jogos, a equipa ganhou confiança e conseguiu melhorar a sua dinâmica, num grupo em que falta claramente “Toto” Salvio – Lazar Markovic deverá sair no regresso do argentino -, para afinar a máquina.
O médio Fejsa foi mais uma experiência, com o jogador a chegar a alinhar ao lado de Matic, mas com a ideia de que o futebol atacante dos “encarnados” perde com isso, e, sobretudo, com a deslocação de Enzo Perez para a direita.
O lateral Silvio também passou a ser opção com bons resultados, entre Cortez e Siqueira, e o ano terminou com o esloveno Oblak a ocupar a baliza, mantendo-se a dúvida se Jesus devolverá o lugar ao brasileiro Artur, agora recuperado de lesão.
Domingo, no Estádio da Luz (16h00), vive-se não só o clássico, um jogo de grande rivalidade e intensidade – dentro e fora de campo -, mas discute-se também a liderança do campeonato, com Benfica, FC Porto e Sporting igualados com 33 pontos.
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