O advogado de Jorge Jesus disse hoje à Agência Lusa que os incidentes com o treinador do Benfica após o jogo com o Vitória de Guimarães, «estão a ser extrapolados», esclarecendo não haver qualquer acusação formal.
Miguel Henrique, que defende pessoalmente Jorge Jesus, entende que os incidentes registados no domingo entre o técnico e os polícias que detiveram um adepto “encarnado” tiveram origem «num conjunto de situações de algo que se queria como uma coisa boa – uma festa no final do jogo – e que se transformou noutra coisa menos positiva».
«Em relação ao processo, não há nada nem podia haver, à velocidade que as coisas correm. Jorge Jesus terá que ser notificado, mas nada até agora», referiu o causídico, para quem «um auto de notícia apenas serve para saber se há matéria para investigar, e só depois se saberá se há matéria ou não para acusar».
Segundo afirmou hoje à Lusa fonte policial, o treinador do Benfica terá sido constituído arguido, com termo de identidade e residência, pela Polícia de Segurança Pública (PSP) e o consequente auto de notícia será enviado «em breve» para o Tribunal Judicial de Guimarães.
«Está a extrapolar-se o que se passou. Jorge Jesus sentiu-se moralmente responsável pelo momento de festa por ter pedido aos jogadores que se dirigissem à bancada. Sendo moralmente responsável por esse ato, percebeu que, pela falha de segurança, deixaram entrar adeptos. O que agarrou a camisola já estava a voltar para a bancada e houve ali algum excesso de zelo, que só acontece a quem lá está», contextualizou.
Por isso, continuou Miguel Henrique, «podia ter havido mais tranquilidade. Havia três ou quatro homens a agarrar o miúdo e a torcerem-lhe o braço, o que levou à reação de Jorge Jesus, que chegou com intenção de serenar e acalmar».
O advogado, apesar de não representar o Benfica nem o seu técnico em termos desportivos, admite que «possa haver outros interesses, paralelos ao que aconteceu, e que outras entidades e instituições, na defesa dos seus interesses, possam estar a movimentar-se para empolar esta situação».
«Mas, dizer-se que agrediu ou que tentou agredir, é um extrapolar que pode interessar outras entidades, mas que não corresponde à realidade», concluiu.
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