Pedrinho, capitão do Paços de Ferreira, disse hoje que o golo e a vitória frente ao Tondela (1-0), na última jornada da I Liga de futebol, representaram um "grito de revolta" do grupo, perante uma classificação considerada "injusta".
"Temos trabalhado muito bem como grupo e a classificação não tem mostrado o quanto, significativamente, temos melhorado. Isso revolta um bocadinho e por isso no golo e na vitória houve um bocadinho esse sentimento de revolta. Reconheço também que tivemos alguma sorte, mas também tivemos de ser mais pragmáticos", reconheceu Pedrinho, em declarações à agência Lusa.
O número 10 pacense falou mesmo num misto de emoções, balançando entre a "tranquilidade" de quem sabia que dava tudo em campo e a "revolta" pelos resultados adversos e que, em sua opinião, concorrem para "uma classificação injusta".
"Se nos focarmos apenas nos jogos mais recentes, vemos que perdemos em Guimarães com um penálti no final do jogo, foi quase o mesmo frente ao Sporting e ao Belenenses SAD, em que o golo surgiu nos instantes finais. Foram três jogos e eram três pontos. Isto é um pouco do que nos tem acontecido, independentemente dos nossos erros e falhas, mas podíamos ter mais pontos", sublinhou.
Os sinais de retoma acentuados com a vitória diante do Tondela não permitiram ainda largar os lugares de descida, em que a equipa se mantém desde a primeira jornada, sendo necessário recuar até à temporada 2003/04 para encontrar um registo pior aos oito pontos atuais do Paços em 11 jornadas (na altura, a equipa somava seis pontos e acabou por descer no final da época).
"Queremos sair de lá [zona de descida] o mais rápido possível. Pelo nosso trabalho, acho, sinceramente, que vamos conseguir evitar que seja uma luta até à última jornada. Parece-me, no entanto, que as equipas estão mais equilibradas e que os ‘grandes' não estão tão fortes e estão a perder mais pontos", observou.
Padrinho ofereceu a vitória ao Paços no confronto com o Tondela com um remate colocado de fora da área, de pé esquerdo, com o qual se sente menos à vontade, considerando que "já merecia a felicidade de voltar aos golos" após um ‘jejum’ que durava desde 13 de janeiro (marcou um dos golos na vitória por 3-0 no reduto do Cova da Piedade, para a II Liga).
"Normalmente, faço uns quatro a cinco golos por época, mas este ano estava difícil. Sendo poucos, ao menos que sejam bons golos e fiquem na memória das pessoas", referiu, admitindo que ter jogado mais recuado no terreno, sem ser na habitual posição 10, o deixou "mais confortável", por lhe permitir um contacto maior com a bola e participar mais na construção do jogo.
O médio, de 26 anos, reconheceu que a sua "energia positiva" no jogo acabou por passar para os colegas, funcionando como "o bom exemplo que um capitão deve sempre dar", e que, "este ano, as coisas estão a voltar à normalidade", após épocas em que diz ter ficado "um pouco aquém".
Em termos coletivos, Pedrinho espera que o Paços dê continuidade aos bons resultados, sem esconder um certo desagrado pela paragem nos campeonatos.
"Não dá jeito parar depois das vitórias, mas é verdade que nem tudo estava mal quando perdíamos e também não é agora que está tudo bem. Queremos dar continuidade, com a consciência e respeito pelo adversário que o FC Porto [próximo adversário na Liga] é. Vamos tentar dar uma boa resposta no Dragão, sem a responsabilidade do jogo, procurando divertirmo-nos, que também é importante, e tentar somar pontos", concluiu.
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