Durante a sessão, realizada na Universidade Lusófona, em Lisboa, Pedro Mil-Homens pediu «coragem» para «resistir à ‘campeonite’» e defendeu a introdução de profundas alterações dos quadros competitivos das camadas jovens.
«As equipas B foram um projecto mal aproveitado, nomeadamente pelos três grandes», observou, contrapondo com o exemplo do FC Barcelona, bicampeão espanhol, que «mantém uma segunda equipa a competir há 41 anos».
As dificuldades na transição para o escalão sénior são «um problema grave», mas que, na opinião de Pedro Mil-Homens, «não está na agenda dos organismos reguladores do futebol português, em especial a Federação Portuguesa de Futebol».
O director da academia do clube lisboeta propôs a criação de uma competição paralela e simultânea aos campeonatos principais para facilitar a transição dos jogadores mais jovens dos clubes profissionais, sob pena de Rui Jorge «continuar a ter pouca margem de recrutamento».
O seleccionador português de sub-21 foi um dos presentes na sessão de trabalho, tal como o treinador holandês Mitchell van der Gaag e o presidente do Sindicato de Jogadores Profissionais de Futebol, Joaquim Evangelista.
«É preciso coragem para resistir à ‘campeonite’. Contabilizar os títulos das camadas jovens é um erro que nos pode levar a uma mão cheia de nada», advertiu o responsável pela Academia do Sporting, em Alcochete.
Pedro Mil-Homens criticou o falseamento das idades dos jovens futebolistas, assinalando que representam «uma vantagem competitiva enganadora» e reflectiu sobre alterações aos quadros competitivos nos escalões de formação.
«O desenvolvimento dos quadros competitivos não pode ser tarefa exclusiva de um dirigente que tem funções administrativas, sem ouvir a opinião dos técnicos, como por exemplo os treinadores», criticou.
Pedro Mil-Homens defendeu a adopção de escalões etários com um ano de intervalo, em vez dos actuais dois, a distribuição dos jovens atletas em função da sua idade biológica e não cronológica e evitar que a realização das fases finais ocorra nos meses de Junho e Julho.
Comentários