“Todas as iniciativas que possibilitem o esclarecimento dos factos ocorridos são bem-vindas, pelo que uma eventual queixa em Tribunal contra os signatários deste comunicado enquadra-se nesse objectivo”, afirmam os actuais directores do Vitória de Setúbal Américo Rosa, Júlio Adrião e João Martins, num comunicado de resposta a Jorge Goes.

Na conferência de imprensa realizada em Setúbal, o antigo presidente do clube Jorge Goes anunciou a intenção de, juntamente com o antigo vice-presidente do clube Mariano Gonçalves, apresentar uma queixa-crime por “denúncia caluniosa” contra os três dirigentes sadinos.

No comunicado enviado à Lusa, Júlio Adrião, João Martins e Américo Rosa adiantam que “todos os fatos ocorridos estão documentados em escrituras, atas e contratos de venda de acções, celebrados à data dos acontecimentos e estão na posse de quem tem legitimidade para proceder às investigações necessárias ao apuramento da verdade”, pelo que por motivos processuais, não prestam mais esclarecimentos públicos.

“Queremos deixar claro que não confundimos as actuais administrações do BPN e SLN com aqueles que na altura e em nome dessas instituições celebraram escrituras e contratos com o Vitória Futebol Clube, nomeadamente Luís Caprichoso, Leonel Mateus, Luís Almeida, Isabel Ferreira e Isabel Cardoso, os quais, e segundo a comunicação social, foram constituídos arguidos no processo que o Ministério Publico move contra Oliveira e Costa e 24 ex-administradores do grupo BPN/SLN”, acrescenta o comunicado.

Em causa está a venda do terreno do Pavilhão Antoine Velge e logradouro (Lote 9) por 100 000 euros à imobiliária Sadisetúbal e a posterior venda à Sociedade Lusa de Negócios (SLN) de 60 por cento das acções daquela imobiliária, que antes era detida a 100 por cento pela Sociedade Geral de Participações Sociais (SGPS) do Vitória de Setúbal.

Júlio Adrião, Américo Rosa e João Martins defendem que a alienação do pavilhão só terá sido possível devido à alegada deturpação da transcrição de um excerto da ata 38 para a ata número 39.

Por outro lado, alegam que nunca foi dada qualquer autorização para a alienação daquele património do clube.