Octávio Machado foi treinador do Sporting e hoje olha com tristeza para episódios que diz não serem em nada condizentes com a imagem de grandeza do clube de Alvalade.
Sem rodeios, afirma que o Sporting foi o elemento mais prejudicado com a transferência de João Moutinho para o dragão e aponta culpas às pessoas que estão a gerir os destinos do clube verde e branco.
“Penso que quem perde no meio disto tudo é o Sporting. É necessário que as pessoas se esforcem por construir um Sporting à imagem e à dimensão da sua grandeza. Embora o FC Porto pudesse ser o único interessado na aquisição do passe do João, o Sporting tinha de ter dito ao FC Porto que não queria qualquer abordagem ao jogador.”
Embora não poupe nas palavras, Octávio Machado vê com desagrado os termos arremessados em todo o processo e diz que toda esta ‘novela’ pode também ser consequência de uma guerra de empresários.
“A linguagem utilizada em todo este processo é algo que eu não posso entender. Tenho muita dificuldade em entender este tipo de linguagem e ainda para mais porque o mesmo aconteceu já com outros jogadores, como foi o caso de Izmailov e do Vukcevic. É uma série de situações que têm penalizado fortemente o Sporting e fica a sensação de que todos os jogadores que não são do mesmo empresário começam a ser alvo de problemas.”
Octávio Machado não tem dúvidas de que algo de semelhante nunca aconteceria caso o capitão do Benfica ou do FC Porto quisesse abandonar o clube e deixa novas críticas à direcção encabeçada por José Eduardo Bettencourt.
“Há um movimento de sportinguismo de cartão. Isso não devia acontecer. Os sportinguistas são os sócios e todos os outros têm é de ser grandes profissionais. Há pessoas que sempre viveram fora do Sporting e agora fazem valer o seu cartão. O Sporting precisa é de grandes profissionais.”
A época não começa da forma mais serena para os lados de Alvalade e o antigo treinador dos leões diz que é preciso alterar mentalidades se não se quer ver repetida a época desastrosa do ano passado.
“O Sporting tem de ganhar tranquilidade e confiança. O Sporting é grande demais para se poder envolver em situações destas. Tem de ser construído um Sporting competitivo e ambicioso, mas isso só se consegue com estabilidade e não com a conflitualidade que hoje reina. Episódios como este só criam divisões e dificuldades ao treinador”, termina.
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