Gaspar Ramos, ex-dirigente do Benfica, não hesita ao afirmar que a época do Benfica «foi negra». Com campeonato, Liga Europa e Taça de Portugal perdidos, Gaspar Ramos aponta o dedo a Jorge Jesus e, em entrevista ao SAPO Desporto, manifesta a sua discordância em relação à planificação que foi feita para época das águias.
«A equipa está completamente destruída fisicamente e isso já se verifica há algum tempo. A equipa está muito mal e os jogadores, apesar da qualidade que têm, não conseguem impor o seu jogo. Essa é a principal razão para este final, que também já vimos na época passada», realça o ex-dirgente, que acrescenta que o sistema de jogo encarnado é demasiado estafante.
«Discordo da planificação e sobretudo da forma como foi utilizado permanentemente um modelo de jogo que é espetacular mas que esgota os jogadores. Há que olhar mais ao resultado e menos para as exibições. Isso exige trabalho cientifica que não sei se está a ser realizado.»
Como balanço, Gaspar Ramos não esconde que esta foi uma época frustrante:
«Foi uma época negra, negríssima. Podia ser uma época excecional, tivemos tudo, mas baqueámos na parte final.»
O homem que foi vice-presidente de Manuel Damásio comenta ainda o empurrão de Cardozo a Jorge Jesus e admite que possa ser uma «manifestação da frustração» que percorre toda a equipa, embora ressalve que não foi uma «atitude digna».
Apontando ao futuro, Gaspar Ramos considera que Jorge Jesus deve sair, sob pena de serem criados maiores problemas no futuro.
«É uma situação muito delicada que o presidente tem de analisar em profundidade. Entendo que as condições pioraram com a derrota na final da Taça e a continuidade do treinador pode levar a problemas no futuro. Depois, acho que mudar no início da temporada ou a meio da época seria bem pior.»
Sem apontar nomes, Gaspar Ramos prefere que seja feita uma «transformação no modelo de gestão da área do futebol» e só depois seja escolhido o técnico.
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