Fernando Gomes pronunciou-se hoje sobre o imbróglio jurídico que assola a Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP), tecendo críticas ao organismo liderado por Mário Figueiredo. O presidente da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) foi mais longe e disse que só poderá atuar depois do Governo.
"Temos um quadro regulamentar vigente. A Federação delega na Liga a organização e essa delegação em nenhuma circunstância pode ser avocada pela FPF. Os sócios da Liga é que têm de resolver um problema. Se alguém tem capacidade de intervir é o próprio governo. O que tínhamos de fazer, nós fizemos: reunimos com os clube, foi criada uma comissão e vai haver uma nova reunião no dia 6 de outubro em Coimbra", afirmou o líder federativo.
Em declarações prestadas à margem de uma palestra no International Club of Portugal, num hotel em Lisboa, Fernando Gomes revelou ainda as dificuldades financeiras da Liga, sublinhando que as receitas de três milhões de euros estão muito longe dos 12 milhões necessários para a organização dos campeonatos.
"Esta situação dá uma imagem negativa do futebol português. Fazemos um esforço financeiro para a ajudar a Liga, mas não nos peçam para fazer o que nós não podemos fazer. A Liga deve cerca de um milhão de euros à FPF, sendo a FPF dividiu o valor 24 prestações e a LPFP já falhou a primeira prestação", confessou, acrescentando: "A Liga tem um défice de exploração de nove milhões de euros".
Questionado ainda se a FPF terá condições para suportar a organização em caso de incumprimento da Liga, Fernando Gomes foi taxativo: "A organização terá de ser adjudicada pelo Governo e será sempre temporária até que a Liga retome as condições necessárias. Se for para a Federação cobrir estes custos, digo já que não temos condições".
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