Os sócios do Sporting aprovaram em Assembleia-Geral a fusão por incorporação da Sporting Património e Marketing (SPM) com a SAD e a contração de um empréstimo de 52,8 milhões de euros.
O resultado da votação para a proposta de fusão entre sociedades teve 72,12 por cento de votos a favor num universo de 413 sócios votantes. A proposta recebeu também 23,92 por cento de votos contra, tendo sido registado uma abstenção de 3,09 por cento e 0,86 por cento de votos nulos.
Para o presidente do Sporting, Godinho Lopes, o resultado da votação é sinal de que há «apoio por parte dos sócios quanto ao trabalho desenvolvido por esta direção», e que a fusão vai ser determinante para um virar de «ciclo vicioso para um virtuoso», o que e permitirá a «entrada de dinheiro fresco».
«O Sporting está numa fase de transição na sua reorganização, por isso era um passo decisivo. Assim, no último ano do triénio vamos ter um resultado positivo e partir para um novo desafio. Vamos passar de um clico vicioso para um virtuoso. Resolve-se o passivo com a entrada de investidores. Não resolve nada do ponto de vista de dinheiro fresco, mas permite que o Sporting continue a deter a maioria (da SAD)», disse Godinho Lopes em conferência de imprensa após a Assembleia Geral do Sporting.
Os sócios aprovaram a contração de um empréstimo de 52,8 milhões de euros, destinado ao aumento de capital ou a liquidar dívida da SPM, e um outro, no valor de 67,2 milhões de euros, para financiamento da Sporting, SGPS, para que esta possa acorrer ao referido aumento de capital.
A incorporação da SPM na SAD do Sporting implica a passagem dos direitos de superfície do Estádio José Alvalade, e do respetivo terreno, para a sociedade que gere o futebol profissional.
Além deste ponto foram também aprovadas alterações pontuais aos estatutos do Sporting, sugeridas pelo Ministério Público, para adequar as normas “leoninas” à lei, bem como alterações aos regulamentos eleitorais, que preveem agora a introdução do voto eletrónico.
Caso Cardinal foi discutido
Numa Assembleia Geral que durou cinco horas, o «caso Cardinal» foi também abordado, de forma «serena e tranquila», merecendo uma intervenção do vice-presidente Paulo Pereira Cristóvão, garantiu o presidente da Mesa da Assembleia Gera, Eduardo Barroso.
Paulo Pereira Cristóvão, ex-inspetor da Polícia Judiciária, foi constituído arguido juntamente com outras duas pessoas no âmbito de uma investigação por denúncia caluniosa qualificada.
Na base da investigação está uma denúncia feita pelo Sporting à FPF, na sequência de uma alegada informação anónima segundo a qual alguém na Madeira tinha depositado dois mil euros em dinheiro na conta bancária do árbitro auxiliar José Cardinal, e que levou a federação a apresentar queixa às autoridades.
Segundo uma fonte da investigação, o depósito terá sido feito por uma pessoa que está ligada profissionalmente ao vice-presidente do Sporting Paulo Pereira Cristóvão e terá, alegadamente, atuado para impedir que o árbitro auxiliar fizesse parte da equipa de arbitragem no encontro da Taça entre o Sporting e o Marítimo.
Bruno Carvalho espera «não ter razão»
O ex-candidato à presidência do Sporting foi uma das vozes que se levantou contra a proposta de fusão entre a SPM e a SAD, afirmando que não resolve os problemas da sociedade anónima desportiva e que o clube vai perder poder de decisão.
À saída da AG, Bruno Carvalho mostrou-se conformado com a decisão da votação mas mostrou-se irónico quanto a previsões para o futuro.
«Lutei, fiz o que tinha para fazer, e agora é olhar para o jogo e ver o que acontece», começou por dizer Bruno Carvalho.
«Vou ter grandes expetativas e grandes esperanças sobre o que se disse aqui e espero que se concretize. Não gostava de ser aquela pessoa que daqui a um ano irá ter razão. Espero bem não ter razão.
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