
Stuart Baxter, treinador do Boavista, mostra-se confiante no que os axadrezados ainda poderão fazer neste campeonato. Técnico lançou a partida frente ao Farense da próxima sexta-feira (15h30).
Momento da equipa e o que levou a aceitar o desafio: "Bem, a equipa neste momento, quando olho para os treinos, olho para a atitude deles, é muito, muito boa. Estou bastante satisfeito. Na situação em que estamos, é muito difícil para eles reproduzirem isso com tanta tensão. Esse é o meu trabalho, tentar fazê-los jogar com menos medo, apesar de estarmos numa situação muito complicada. Mas os jogadores estão a trabalhar muito bem, por isso estou contente. Em relação a aceitar o cargo, eu estava a trabalhar com a Federação Sueca de Futebol. E sempre preferi trabalhar diariamente com uma equipa no relvado, do que estar com uma equipa de três em três meses. A minha opinião sobre o Boavista é que é um grande clube, que está a passar por momentos difíceis. E eu estava disposto a aproveitar esta oportunidade, trabalhar com um grande clube e dar o meu melhor para os salvar de um destino que ninguém quer. Mas devo dizer que, desde que cheguei, toda a gente no clube tem estado muito, muito focada no presente. Estamos aqui e agora. Se calhar cometemos erros, se calhar não sabemos o que o futuro nos reserva, mas estamos aqui e agora. E é assim que encaro as coisas."
Pouco tempo para trabalhar: "Tenho de me manter focado e não tentar mudar vinte coisas, talvez apenas três. E isso tem de ter efeito. Posso mudar a tática, posso mudar jogadores, posso tentar mudar, espero eu, a mentalidade. Mas é isso que se pode fazer. Não tenho nenhuma fórmula mágica, nenhum segredo especial que resolva tudo. Mas estou otimista: se os jogadores conseguirem reproduzir o que fazem nos treinos, então temos uma oportunidade."
Já conhecia o Boavista e o futebol português?: "Portugal é uma liga muito interessante. A liga portuguesa, quando eu estava em clubes maiores, era obviamente um mercado de atenção. Sempre que trabalhei com jogadores portugueses, a liga portuguesa foi sempre um sítio interessante onde se produzem bons jogadores. Portugal produz bons jogadores, sempre produziu. O meu primeiro jogo com os sub-19 de Inglaterra foi contra Portugal, com o Cristiano, o Nani e o Carlos Martins. Uma equipa fantástica. Por isso, sempre tive interesse no futebol português. E estive também três meses com o Malcolm Allison em Setúbal. Por isso, também pude ver e sentir um pouco da mentalidade portuguesa e achei isso interessante."
Vencer ou vencer em Faro: "Bem, acho que sempre que há um jogo importante, o mais importante é não deixar que as emoções nos controlem. O mais importante é abordar o jogo e conseguir dar o nosso melhor. Jogamos um desporto onde o meu trabalho pode depender de uma bola bater no poste e entrar, ou bater no poste e sair. E sabemos disso. Mas quanto mais nos preocuparmos com isso, menos hipóteses temos de ganhar. Por isso, vou pedir aos jogadores para afastarem todos os pensamentos de "e se" e concentrarem-se no aqui e agora: o próximo passe, o próximo remate, o próximo desarme. Manter o foco, trabalhar duro, e deixem a responsabilidade do resultado: ganhar, perder ou empatar. Portanto, sim, estou consciente disso, mas não é algo em que vá estar a pensar."
Treinar aos 71 anos de idade: "Como treinador, se estou aqui, se este é um cargo que aceito nesta fase da minha carreira. Sou o único treinador do mundo que ganhou dois títulos em três continentes diferentes com dois clubes diferentes. Eu não quero descer de divisão. Não quero isso no meu currículo, especialmente agora. Por isso, não aceitei este trabalho só porque é agradável estar no Porto. Não, aceitei este trabalho porque o Boavista é um grande clube. A liga portuguesa é interessante. E eu sei, porque sou um treinador experiente: nunca digas nunca. E por isso, penso em todas essas coisas. E acho que o clube entende que este é um trabalho em que vou colocar todo o meu coração. E provavelmente, qualquer que seja o resultado, poderemos todos olhar-nos ao espelho e dizer que demos tudo. E essa é também a minha atitude. Vou dar tudo neste trabalho."
Que abordagem para mudar a mentalidade dos jogadores: "Temos de ter um plano de jogo que acreditamos que nos vai dar os três pontos. Não vamos a Faro com esperança. Vamos a Faro com crença. E tenho a certeza de que eles pensarão exatamente o mesmo. E vai ser um jogo emocional, sem dúvida. Porque ambas as equipas estão nesta situação, e provavelmente a equipa que conseguir controlar melhor as emoções e jogar o seu melhor futebol, vai ganhar o jogo. Por isso, acho que conhecemos as regras do jogo. Agora é aceitá-las e, mesmo assim, conseguir desempenhar bem."
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