Sérgio Conceição utilizou, até agora, 25 jogadores nos jogos da Primeira Liga. Marchesín, Alex Telles, Otávio, Marega e Corona são os jogadores com mais jogos e os mais influentes no título agora conquistado. O técnico aproveitou para lançar alguns jovens da formação que venceram a Youth League, como Tomás Esteves, Vítor Ferreira, Fábio Silva, Romário Baró, Fábio Vieira, que se juntam a Diogo Costa e Diogo Leite, outros campeões da Europa que tinham feito a sua estreia.
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Os campeões, de A a Z
Guarda-redes
Agustin Marchesín: Chegou esta época com a difícil missão de substituir Iker Casillas, uma instituição das balizas. A desconfiança inicial devido a idade (31 anos) foi logo dissipada nos primeiros jogos, com exibições fantásticas que salvaram o FC Porto em muitos momentos. Conquistou os adeptos e nem a 'fífia' na derrota frente ao Famalicão parece ter abalado a confiança do guarda-redes argentino. Levava 17 jogos sem sofre golos na I Liga, pelo que faltavam apenas duas partidas com a baliza a zeros para igualar o recorde de Iker Casillas mas tal não será possível uma vez que sofreu, de penalti, na jornada 31, na vitória por 3-1 em casa do Tondela.
Diogo Costa: Lançado nos jogos da Taça de Portugal e Taça da Liga, o jovem guardião formado no FC Porto foi titular no Bessa, na vitória por 1-0 na primeira volta, numa altura em que Marchesín tinha sido afastado devido a questões disciplinares. Trabalho na época passada com Casillas e este ano com o argentino, pelo que está a preparar-se para ser o dono da baliza azul-e-branca nos próximos anos.
Defesas
Wilson Manafá: Foi das primeiras vítimas do descalabro logo na 1.ª ronda, na derrota com o Gil Vicente. Não saiu do banco nas 4.a, 5.ª e 6.ª rondas, mas depois passou a ser opção na lateral direita, posição que foi alternando com Corona. Quando não era titular, entrava sempre nos decorre dos jogos. Marcou ao Santa Clara, tendo participado em 23 jogos. Não é dos mais amados pela plateia do Dragão, devido a seu jeito meio trapalhão mas a sua polivalência foi útil: atou nas laterais direita e esquerda e ainda jogou como extremo direito.
Chancel Mbemba: Começou no banco mas a entrar muitas vezes para reforçar a equipa na defesa de resultados magros. Foi aproveitando alguns problemas físicos de Pepe e de Marcano para ser titular e, depois de Alvalade (15.ª jornada), nunca mais saiu do onze. Leva dois golos, um a dar a vitória frente ao Paços de Ferreira e outro a valer o empate caseiro com o Rio Ave.
Marcano: o capitão silencioso apenas faltou o jogo da 16.ª jornada, com o Moreirense, por estar castigado. Titular indiscutível, ia alternando com Pepe e Mbemba a dupla no centro da defesa. Lesionou-se nos treinos antes do regresso da I Liga. Antes disso, tinha mostrado veia goleadora ao marcar cinco golos na prova. A sua experiência foi decisiva e Sérgio Conceição nunca prescindiu dos serviços do espanhol de 33 anos.
Diogo Leite: Titular em apenas dois encontros, Diogo Leite esteve sempre pronto para ajudar no que fosse preciso. Atuou a central como a lateral esquerda, quando era preciso segurar a vitória. Participou em apenas cinco jogos, ele que é o quarto central da equipa. Tem vindo a aprender com Pepe e Marcano para ser um dos esteios da defensiva azul-e-branca nos próximos anos.
Pepe: O 'chefão' da defensiva azul-e-branca falhou oito dos 30 encontros esta época na I Liga, na sua maioria devido a problemas físicos. Pepe não é o capitão mas é uma voz de comando no relvado e a sua liderança é elogiada pelos colegas. Apesar dos seus 37 anos, continua um central difícil de bater no um-contra-um. Tem apenas um golo marcado esta temporada na I Liga mas é um perigo sempre que sobe até a a área contrária, nos lances de bola parada. É o jogador mais velho de sempre a a sagrar-se campeão pelo FC Porto.
Alex Telles: Quem diria que o melhor marcador da equipa (a par de Marega) seria um lateral esquerdo? Não há outro como Alex Telles no plantel do FC Porto. Falhou apenas três jogos, todos por castigo, o que demonstra bem a sua importância no esquema de Sérgio Conceição. O homem das bolas paradas (livres, cantos e penaltis) fez a sua melhor época de Dragão ao peito: leva 10 golos na Liga e é o melhor marcador da equipa na prova, chegando assim ao 18 tentos na principal competição do futebol em Portugal. Neste momento é o segundo defesa com mais golos na prova na história dos Dragões, a apenas dois de Geraldão, outro defesa brasileiro que deixou saudades no FC Porto. Se marcar mais dois golos, iguala Geraldão como defesa mais goleador do FC Porto numa época na I Liga. No geral e em todas as provas, está a dois tentos de igualar os recordes de Jorge Costa e Zé Carlos, os defesas que mais golos marcaram na história do FC Porto (25).
Tomás Esteves: o prodigioso lateral direito fez a sua estreia com a camisola do seu FC Porto nesta retoma da I Liga, no empate em casa do último, o Desportivo das Aves. Voltou a repetir a titularidade na jornada seguinte, no dérbi da cidade com o Boavista, tendo saído ao intervalo. Aos 18 anos, vai ganhando experiência para tomar de assalto a lateral direita. Renovou recentemente com os 'dragões', pelo que agora passará a ter mais minutos.
Médios
Danilo: Começou a época com o 'pé esquerdo' ao desentender-se com Sérgio Conceição ainda na pré-temporada, a poucos dias da eliminatória da Liga dos Campeões com o Krasnodar. Falhou a primeira jornada e nem sempre foi indiscutível. Não esteve presente em oito jogos do clube na I Liga, alguns por castigo, outros por lesão e outros por opção técnica. Danilo é o capitão do FC Porto e uma das vozes mais respeitadas no balneário dos azuis-e-brancos. Apesar de ser um perigo no jogo aéreo, só na derradeira jornada, frente ao Tondela, marcou, num jogo onde começou no banco mas entrou na primeira parte no lugar do lesionado Sérgio Oliveira.
Mamadou Loum: Contratado ao SC Braga a meio da época passada para ser o substituto de Danilo, o senegalês tarda em ganhar minutos com Sérgio Conceição. Participou em apenas quatro jogos esta época, três deles a titular. Tem um golo marcado, frente ao Paços de Ferreira.
Sérgio Oliveira: três golos em 19 jogos é o cartão de visita de Sérgio Oliveira no FC Porto campeão. Fez os 90 minutos em nove encontros, foi substituído ou entrou a substituir um colega no decorrer dos restantes. Já fez dupla com Danilo e Matheus Uribe no meio-campo. Marcou ao Gil Vicente, Benfica e Boavista, embora Sérgio Conceição lhe peça mais golos, por ser dos médios com mais chegada a área contrária, onde pode tirar partido do seu forte pontapé.
Matheus Uribe: O médio colombiano chegou esta época e pegou de estaca na equipa, após a derrota com o Gil Vicente na ronda inaugural. Foi quase sempre titular, até ao episódio de indisciplina antes do dérbi com o Boavista no Bessa, quando foi afastado, juntamente com Luis Diaz, Saravia e Marchesin, por violarem as regras internas do clube. Participou em 24 dos 31 jogos do FC Porto na Liga, jogando quase sempre mais recuado no meio-campo, a servir de pêndulo da equipa.
Romário Baró: Esperava-se mais do jovem médio de 20 anos, mas as sucessivas lesões impediram que fosse aposta de Sérgio Conceição em mais jogos. Foi titular na 3.ª, 4.ª e 5.ª jornada, antes de sair da equipa para voltar na 19.ª ronda. Voltou a entrar no onze na 22.ª, 23.ª e 24.ª jornadas. Nos últimos jogos tem sido relegado quase sempre para a bancada por Conceição, não estando sequer nos suplentes.
Vítor Ferreira: mais um jovem lançado por Sérgio Conceição. Vitor Ferreira ou Vitinha foi promovido, em definitivo, ao plantel principal em janeiro de 2020 e estreou-se na I Liga frente ao Gil Vicente, na 18.ª jornada. É uma das grandes promessas do FC Porto, a atuar na zona intermédia do terreno, funcionando como um médio box-to-box, tirando partido da sua capacidade de transporte de bola e da sua visão de jogo. Participou em seis jogos, embora nunca a titular.
Fábio Vieira: o último dos campeões europeus de sub-19 a ser lançado por Conceição. Estreou-se na 26.ª jornada e até já marcou, frente ao Belenenses SAD e frente ao Tondela, de livre e de grande penalidade. É um organizador de jogo com golo, muito bom nas bolas paradas.
Otávio: Apesar de só ter um golo, Otávio foi uma das grandes apostas de Sérgio Conceição esta época. Só falhou três dos 31 jogos, dois deles por castigo. Leva seis assistências na Liga esta temporada. É o jogador da equipa com mais amarelos na Liga, o que mostra o seu compromisso em defender, algo que Conceição exige muito dos seus homens mais adiantados.
Jesús Corona: O melhor jogador do FC Porto esta época, e, talvez, o melhor desta edição da I Liga. Corona assumiu uma preponderância no FC Porto esta época que não tinha antes. A sua polivalência permitiu a Conceição utilizar o mexicano como lateral direito, extremo, médio interior e avançado. É o único jogador do plantel a ser titular em todos os jogos da equipa na I Liga esta época, tendo contribuído com quatro golos e nove assistências. Esta é a sua melhor época de Dragão ao peito.
Luis Diáz: Contratado esta época, o jovem extremo colombiano integrou-se rapidamente na equipa, tendo sido titular entre a 2.ª e a 10.ª jornada, após fazer a sua estreia a partir do banco, na 1.ª. Esteve em 26 jogos dos 'dragões' na prova, marcando cinco golos. É, a par de Corona, dos jogadores mais tecnicistas do plantel. Falta-lhe ser mais incisivo na hora de finalizar, já que desperdiçou umas quantas oportunidades de golo esta época. É o homem dos grandes golos, como mostrou frente ao Belenenses SAD no Dragão.
Shoya Nakajima: a contratação mais cara do FC Porto tarda em entrar no esquema de Sérgio Conceição. O criativo japonês apenas participou em 16 jogos da equipa e ainda não marcou qualquer golo. Foi titular em onze ocasiões mas tem sentido dificuldades em entrar no sistema de jogo da equipa, mais físico em muitos momentos, o que coloca o baixinho Nakajima em desvantagem. A sua falta de agressividade sem bola também não ajuda. Neste momento não trabalha com o plantel principal, num afastamento misterioso que o FC Porto não esclareceu. A imprensa escreve que Nakajima voltou aos treinos, tal como os colegas, depois da paragem devido a COVID-19 mas depois isolou-se em casa para tomar conta da mulher, que tem problemas respiratórios. O medo de contrair o vírus levou japonês a ficar em casa e tomar conta da esposa.
João Mário: entrou a poucos minutos do final do jogo frente ao Sporting, estreando-se assim na Primeira Liga. O extremo de 19 anos poderá ter mais minutos frente ao Moreirense, agora que o título está assegurado, tal como os outros campeões da Europa de sub-19: Diogo Leite, Diogo Costa, Tomás Esteves, Vitinha, Fábio Vieira, Romário Baró e Fábio Silva.
Avançados:
Moussa Marega: O maliano foi outro dos indiscutíveis de Sérgio Conceição na caminhada para o título. Sempre que esteve disponível, o avançado foi a jogo, falhando apenas o encontro com o Vitória de Setúbal no Bonfim, onde não saiu do banco. Essencial no tipo de jogo da equipa, Conceição insistiu sempre em Moussa Marega, mesmo quando o maliano parecia estar em baixo de forma. Contribuiu com 10 golos nos 27 jogos disputados, ele que é o melhor marcador da equipa, a par de Alex Telles. Uma marca de golos longe dos que evidenciou nas últimas duas épocas. Apesar disso deu a vitória frente a Rio Ave, Sporting e Vitória de Guimarães.
Zé Luís: Contratado esta época ao Spartak Moscovo, num pedido expresso de Sérgio Conceição, o avançado cabo-verdiano começou a todo o vapor, marcando seis golos nas primeiras seis jornadas. Depois só voltaria a marcar na 12.ª ronda frente ao Paços de Ferreira, quando fez um golaço. As sucessivas lesões e o baixo rendimento fizeram Zé Luís alternar a titularidade com o banco, o que explica o facto de ter estado em apenas 18 dos 31 jogos dos 'dragões' esta temporada na I Liga.
Vincent Aboubakar: Abou, como é carinhosamente chamado no balneário, está a ter a sua pior época desde que chegou ao FC Porto. Uma lesão muscular logo no início da época atirou-lhe para uma recuperação demorada. Quando parecia que estava pronto a regressar, voltou a ter uma recaída. Passou a ser o quarto avançado do plantel e só participou em cinco jogos esta época, num total de 66 minutos. Apenas por um vez foi titular: foi 12.ª jornada frente ao Paços de Ferreira, tendo saído aos 37 minutos, lesionado. Desde que voltou da lesão, Aboubakar nunca foi o mesmo: está longe de ser o avançado que já foi titular no FC Porto.
Tiquinho Soares: apenas oito golos em 27 jogos é o registo de Tiquinho Soares neste título do FC Porto. O avançado brasileiro de 29 anos é dos jogadores mais utilizados por Conceição esta época, num total de 45 jogos e 17 golos. Na I Liga só começou a marcar na 8.ª jornada, frente ao Famalicão, altura em que foi titular pela segunda vez, depois de jogar os 90 minutos na derrota inaugural em Barcelos. Nos seis jogos seguintes à derrota, entrou a partir do banco em cinco, não tendo sido utilizado frente ao Rio Ave na 7.ª ronda. Viveu o melhor período na prova entre a 14.ª e 19.ª ronda, altura em que parecia ter finalmente conseguido a reconciliação com as balizas (seis golos em sete jornadas) mas voltou a eclipsar-se e esteve nove jogos sem marcar. Voltou aos golos na 30.ª ronda, na goleada ao Belenenses SAD.
Fábio Silva: o mais jovem de todos os jogadores do plantel passou a época num período de aprendizagem. Fábio Silva é um dos grandes talentos do futebol português e uma das grandes promessas do FC Porto. Participou em onze jogos num total de 179 minutos, sendo que foi titular por uma vez, no Bessa. Estreou-se a marcar, aos 17 anos, no Dragão, frente o Famalicão. O ataque do FC Porto passará por ele nos próximos anos.
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