Os ex-futebolistas Toni e Jorge Andrade sublinharam hoje a justiça do título da I Liga de futebol do Sporting, a equipa “mais regular” ao longo da época, com destaque para as “cirúrgicas” contratações de Hjulmand e Gyökeres.
“[O Sporting] Foi não só o mais regular, mas também a equipa que apresentou melhor qualidade de jogo. O Rúben Amorim está de parabéns pelo trabalho que tem vindo a fazer ao longo destes anos à frente do Sporting. Desde o primeiro dia, trabalhou sob a mesma ideia de jogo, que foi refinando. Esta época, duas peças vieram dar uma maior dimensão qualitativa ao jogo do Sporting, como o Hjulmand e o Gyökeres. Em todas as provas, marcou 136 golos. Foi um justo vencedor”, frisou Toni, em declarações à Lusa.
À margem da apresentação da corrida solidária EDP Pela Vida, de sensibilização para o cancro da mama, o antigo futebolista e treinador, de 77 anos, fez um balanço da atual época, na qual Benfica e FC Porto foram “os grandes derrotados” e vivem indefinições.
“Fechou-se um ciclo no FC Porto, há um novo que se vai abrir, com grande expectativa dos adeptos. O Benfica também está em situação de muitas indefinições. André Villas-Boas e Rui Costa vão ter pela frente tomadas de decisões que serão importantes para a próxima época. Do lado do Sporting, vê-se maior estabilidade, podendo haver uma ou outra mudança que, se passar pelo Gyökeres, é impactante. Nesta altura, Benfica e FC Porto, talvez mais o Benfica até, vivem ainda num mar de indefinições”, observou Toni.
Já Jorge Andrade também considerou que o desfecho “foi justo”, reforçando a maneira como Hjulmand e Gyökeres acrescentaram qualidade a um grupo “que já estava feito e muito bem organizado, num sistema que já toda a gente conhecia” das últimas épocas, enquanto os rumores de mudanças e saídas nos plantéis vão marcando já a atualidade.
“Se calhar, não vão existir tantas mudanças. O futebol não é só gerido pela vontade do público, se não mudava-se as estruturas e os treinadores todos os anos quando não se ganha. Há clubes que terão uma forma diferente e não sabemos o desempenho, como o FC Porto, que vai mudar de presidente. O Sporting e o Benfica têm bem identificado quem são os treinadores e os presidentes. Por muitos rumores que existam, será tudo para manter”, frisou à Lusa o ex-futebolista, de 46 anos, que representou os ‘dragões’.
Com uma carreira iniciada no Estrela da Amadora, clube da formação e dos primeiros anos de sénior, Jorge Andrade abordou ainda a luta intensa pela manutenção, na qual os ‘tricolores’ ainda fazem parte, dois pontos acima do 16.º lugar, de acesso a play-off.
“Quem joga na Amadora sabe que tem ali uma casa forte para poder ajudar a equipa nesta missão difícil que é manter uma estrutura nova na I Liga. O mais difícil foi chegar lá, mas também é muito difícil manter. O campeonato foi complicado, houve fases em que a equipa não correspondeu como o treinador desejava. Contudo, espero que, no fim, o saldo seja positivo e que não caia no play-off. Esperemos que se mantenha por muitos anos e que tenha um final feliz esta época”, expressou o antigo defesa central.
Toni e Jorge Andrade são dois dos embaixadores da corrida solidária EDP Pela Vida, de cinco quilómetros, a realizar-se no domingo em Lisboa, com 14.000 participantes, com o evento a atingir um milhão de euros doados para a Liga Portuguesa contra o Cancro.
“É uma forma legítima de angariar fundos para pessoas que necessitam e de chamar a atenção a toda a gente para fazer o rastreio e estar atualizada. Essa é uma das minhas motivações”, salientou Jorge Andrade, com Toni a acrescentar: “É a sensibilização para um dos maiores males em termos de doença cancerígena e há também o caminhar por Lisboa, que tem espaços para que isso aconteça. É a mensagem que sai desta corrida”.
Entre os atletas de elite que marcarão presença, destaque para Susana Godinho, Sara Moreira, Rui Pinto ou Hermano Ferreira, para além da ‘madrinha’ Rosa Mota ou ainda do presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Moedas, que dá o tiro de partida.
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