A equipa de Moreira de Cónegos é a última classificada da I Liga, com 14 pontos, mas depois de um "jejum" de vitórias, que durava desde agosto (à segunda jornada, receção ao Nacional da Madeira com vitória por 3-1), conseguiu duas vitórias consecutivas: na Madeira, frente ao Nacional (2-1) e, em casa, por 3-0 com o Beira-Mar.
Agora é a vez de visitar o vizinho Vitória de Guimarães, num derbi concelhio descrito por Augusto Inácio como «uma final de pelo na venta».
«Cada jogo para nós é uma dor de cabeça. É sempre uma final. Não há nenhum jogo fácil nem em casa nem fora. O Vitória quer ganhar em sua casa. Nós precisamos de pontos para subir na classificação. Ainda por cima é um jogo de rivais, um jogo entre vizinhos, onde ninguém gosta de perder nem a feijões. Antevejo um jogo de pelo na venta, num clima quente com os jogadores a darem tudo», disse, hoje, o treinador minhoto, em conferência de imprensa.
Inácio classificou o Vitória de Guimarães como uma «equipa muito difícil» por estar «bem organizada» e, lembrando as «dificuldades» dos vitorianos, considerou que «apesar de tudo o Vitória está com uma excelente pontuação».
Já sobre o Moreirense, Inácio disse que o seu clube está a percorrer «um processo de recuperação». O treinador, que substituiu Jorge Casquilha à 16.ª jornada disse que quer ganhar no D. Afonso Henriques ou «pelo menos não perder».
«Queremos ganhar e vamos fazer tudo para ganhar. Se não conseguirmos isso, pelo menos não perder. Hoje se for ao balneário, a voz lá dentro é a de que é possível [a manutenção]. Melhorámos a finalização e ao nível de sofrer golos. Este é um grupo educado e profissional que gosta de trabalhar», disse Augusto Inácio.
O técnico dos minhotos aproveitou para defender o clube que agora representa, garantido que não existem salários em atraso em Moreira de Cónegos, fator que considera que devia ser mais valorizado.
«Aqui não há salários em atraso. Isso para um treinador é uma mais-valia. Os jogadores só têm de pensar em trabalhar. Não andam com a cabeça não sei onde porque não recebem há três ou quatro meses. Por isso, clubes como o Moreirense merecem ficar na I Liga. Não interessa se paga muito ou pouco. Interessa que cumpre».
Em contra ponto, Inácio deu o exemplo de clubes menos cumpridores para considerar que o Moreirense «merece ficar na I Liga».
«Não é como clubes que não pagaram o mês passado, não pagam há um ano, dois e três anos e continuam a competir na I Liga. Na minha opinião isso é mau. É uma capa que existe no futebol português. Parece que o Carnaval nunca passa no futebol português. Um clube como o Moreirense, que paga a tempo e horas, está sujeito a descer porque não consegue fazer o que os outros fazem», referiu.
Questionado sobre se o plantel já assimilou as suas práticas de treino, Augusto Inácio destacou a importância do coletivo e elogiou Ghilas.
«Já estão a assimilar. Claro que há coisas que levam o seu tempo e tempo é coisa que não temos. Mas já se nota. Ontem [jogo-treino em Melgaço na quinta-feira] conseguiu-se ganhar 4-0 com o Benfica de Luanda com o Ghilas a marcar só um golo. Já o Rafael marcou um golo, o Pintassilgo marcou outro, o Kinkela também. Já se conseguem quatro golos sem nos cingirmos ao Ghilas, que é um grande jogador mas não é o salvador disto tudo. O Moreirense tem de valer pelo seu coletivo. Se não valer pelo seu coletivo, desce de divisão mesmo que o Ghilas seja o melhor marcador», concluiu.
O Moreirense, 16.º e último classificado, com 14 pontos, joga no terreno do Vitória de Guimarães, oitavo classificado com 21 pontos, domingo às 18h00.
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