Vítor Bruno, treinador do FC Porto, lança o clássico com o Benfica, da 11.ª jornada da I Liga de futebol.

O que espera do clássico? "Um jogo com um grau de dificuldade que todos os jogos no Estádio da Luz têm, não só para nós como para o Benfica também. Teremos de ser uma equipa verdadeiramente à Porto para adicionar uma vitória àquele que tem sido o nosso percurso na Liga."

Resposta aos adeptos: "Não jogamos para responder a ninguém, mas nós próprios, sobre o temos vindo a fazer e a construir. O espírito de missão e de conquista vai estar em cima, após a agonia, pela forma como perdemos de forma injusta em Itália. O adepto do FC Porto gosta muito deste tipo de jogos. Sabemos que vamos estar em massa e fortes amanhã. Queremos que os nossos adeptos possam vir com um sorriso na cara. A resposta que os jogadores deram nas horas seguintes, no treino, deixa-me muito satisfeito".

FC Porto com pouco tempo para preparar o jogo: "É sempre um constrangimento, não há como negá-lo, mas temos de otimizar estes pequenos tempos de recuperação disponíveis, priorizar aquilo que é mais importante. Temos mais um treino para fazer hoje. Sabemos que as condições não são ótimas e ideais, mas é o que é. O futebol tem estas alturas em que não deixam as equipas com circunstâncias iguais, mas não nos vamos escudar nisso."

Mudanças no Benfica: "O que se passa do outro lado diz-me pouco, O que posso controlar é ver o que o Benfica tem feito recentemente, não só na Liga dos Campeões, como noutros contextos, para que os jogadores estejam preparados para aquilo que encontrarão amanhã.

Golos sofridos pelo FC Porto nos descontos incomodam? "Claro que sim, porque levamos ao detalhe a forma como preparamos os jogos, mas é preciso perceber como aconteceu. Neste último jogo pode ter acontecido porque a equipa queria muito vencer, foi ambiciosa e foi traída por isso. Não queremos escudar-nos nas dores de crescimento, queremos acabar com elas o mais rapidamente possível, mas sabemos que há questões que não podemos desprezar. Temos uma linha defensiva nova, com Nehuén, o Djaló, o Moura, também temos o Samu, jogadores que chegaram nos últimos dias do mercado... Tudo isto implica variáveis que não podemos ignorar, porque tudo demora tempo a ser construído. Podemos olhar também para o facto de, nos últimos cinco jogos, sem contar com a Lazio, não termos sofrido golos. Depende de como olhamos para o copo. As equipas evoluem, vão ganhando robustez, e a equipa tem dado sinais claros de evolução. Neste último jogo, infelizmente... Foi um jogo cruel, tremendamente injusto. Os jogadores não mereceram o que aconteceu."

Falou em revolta após derrota com Lázio. É para levar isso para o jogo com o Benfica? "A revolta é canalizada para o dia seguinte, não tem a ver com o próximo jogo mas sim connosco e com o facto de ser um adversário direto. Para nós, perder é uma agonia enorme."

Samu, Nehuén Perez e Tiago Djaló chamados às seleções de Espanha e Portugal: "Os jogadores chamados têm de perceber porque foram chamados. Competem com jogadores que os obrigam a elevar o nível a patamares de rendimento ao nível do investimento diário. É a valorização de um plantel que é novo e que tem vindo a crescer. Uma das minhas missões é contagiar aqueles que me rodeiam da minha energia e paixão, para que tentam aumentar os níveis de rendimento para patamares elevados, que coincidam com estes momentos marcantes. Fico muito contente por eles, mesmo."

Pouca margem de erro: "Num clube como o FC Porto a margem de erro é sempre zero, é ganhar ou ganhar. Esta época tem dados diferentes da passada, mas não podemos ignorar que estamos ainda 10.ªjornada, um campeonato não tem 11 jornadas, tem 34. O passado diz-nos que não foi no confronto entre 'grandes' que o campeonato se decidiu, pelo contrário. É um jogo aliciante para toda a gente, que o FC Porto quer muito jogar, ainda para mais, vindo de uma derrota. Queremos muito passar por cima disto no sentido de dar nova vida aos jogadores, fazê-los sentir bem. Mas olhar para o produto final sem o jogar é o primeiro erro que podemos cometer. Queremos chegar lá, jogar e competir. O que alcançarmos será resultado do que fizermos em jogo. Temos de jogar para ganhar, depois, o ganhar terá de ser consequência do que fizermos em campo."

O jogo entre Benfica, terceiro classificado com 22 pontos, mas menos um jogo, e FC Porto, segundo com 27, está marcado para domingo, às 20:45, no Estádio da Luz, em Lisboa, duas horas depois de o campeão Sporting, que lidera o campeonato com 30, visitar o Sporting de Braga, quarto com 20, sob arbitragem de Luís Godinho, da associação de Évora