A II Liga portuguesa de futebol regressa na quinta-feira, com o jogo inaugural da edição 2020/21, seis meses e um dia depois do último encontro do campeonato anterior, que não chegou ao fim devido à pandemia da covid-19.
Três dias após o empate 1-1 entre Leixões e Farense, em 09 de março, que fechou a 24.ª jornada, a prova foi suspensa por tempo indeterminado, e, em 30 de abril, não recebeu luz verde do Governo para prosseguir, sendo dado como terminada.
As decisões em relação a subidas e descidas tiveram em conta a classificação após a ronda 24, das 34 previstas, o que, naturalmente, não agradou a todos, nem após as anunciadas compensações financeiras por parte da Liga de clubes.
O Nacional e o Farense, que seguiam nos dois primeiros lugares, foram promovidos à I Liga, enquanto Cova da Piedade e Casa Pia, os dois últimos, acabaram relegados ao Campeonato de Portugal, sendo, posteriormente, salvos na ‘secretaria’, face a problemas financeiros de Vitória de Setúbal e Desportivo das Aves.
Em 29 de julho, a Liga de clubes comunicou que o Desportivo das Aves, que havia sido despromovido à II Liga, e o Vitória de Setúbal, após assegurar a permanência na I Liga, estavam impedidos de se inscrever nas competições profissionais, ao reprovarem nos processos de licenciamento.
Os dois clubes “não cumpriram os requisitos para se inscreverem” nas provas profissionais, sendo ‘atirados’ para o Campeonato de Portugal, o que levou a Liga a convidar o Portimonense a manter-se na I Liga e o Cova da Piedade e o Casa Pia a prosseguirem no segundo escalão.
Ao contrário do Desportivo das Aves, que aceitou a decisão, o Vitória ainda recorreu, mas, em 27 de agosto, o Tribunal Arbitral do Desporto (TAD) determinou mesmo a descida dos sadinos, ao rejeitar a sua providência cautelar.
Se, desta forma, não ‘caiu’ qualquer equipa da I Liga para a II, do Campeonato de Portugal subiram o Vizela (Série A) e o Arouca (Série B), que, na altura da interrupção do terceiro escalão do futebol luso - dado como terminado, cumpridas 25 de 34 rondas - eram os líderes com mais pontos.
As decisões de Liga e Federação, face ao fim prematura dos segundo e terceiro escalões, foram contestadas por muitos clubes, nomeadamente o Feirense (terceiro da II Liga) e o Estoril Praia (quarto), mas também o Praiense (líder da Série C do Campeonato de Portugal) e o Olhanense (líder da Série D).
O TAD chegou mesmo a suspender, em 28 de julho, as subidas de Vizela e Arouca, após providência cautelar interposta pela Olhanense, mas, em 25 de agosto, confirmou-as, rejeitando o recurso dos algarvios.
Do mesmo modo, o Feirense, que contestou o fim da II Liga junto do Conselho de Justiça da FPF e também recorreu aos tribunais, e o Estoril Praia também não foram bem-sucedidos nos protestos e vão disputar, novamente, o segundo escalão.
Este processo acabou por atrasar o início da II Liga portuguesa de 2020/21, que chegou a estar previsto para 22 de agosto e, no terceiro dia do mesmo mês, foi adiado para o fim de semana de 12 e 13 de setembro, com sorteio em 28 de agosto.
Depois do sorteio, a Liga já avançou com o calendário das primeiras cinco jornadas, com o jogo inaugural a realizar-se na quinta-feira, a partir das 20:00, entre o Estoril Praia e o promovido Arouca.
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