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O jogador pretende agora ter um cargo como diretor desportivo no clube de Matosinhos.
Nuno Silva tem mais de 500 jogos oficiais nas suas pernas, 421 deles foram ao serviço do Leixões, e no domingo faz o último, diante do União da Madeira, deixando para trás uma carreira de 19 anos como futebolista sénior.
O defesa central e capitão leixonense, de 38 anos (faz 39 em outubro), retira-se após 14 épocas ao serviço do clube de Matosinhos, interrompidas apenas por uma breve passagem pelo Penafiel (2004/05).
"Sou o recordista de jogos oficiais do Leixões", realça Nuno Silva, em declarações à agência Lusa, dois dias antes de pendurar as chuteiras.
Questionado sobre se foi o corpo que lhe disse que estava na hora de se retirar, o ainda jogador respondeu que não foi esse o motivo e aconselha os que duvidam do que diz a olhar para as suas estatísticas.
"Tenho mais de 35 jogos por época", salienta.
O que determinou a sua decisão, segundo explicou, foi ter entendido que "o ciclo tinha terminado e que, por isso, é melhor fechar a página quando se está em cima".
Tudo indica que o seu futuro próximo continuará a passar pelo Leixões, uma vez que foi "convidado pela D. Sílvia Carvalho”, presidente da SAD leixonense, a ficar, mas com outras funções.
"Em princípio, vou ter um cargo na estrutura", refere. Diretor desportivo ou algo similar é uma forte possibilidade, até porque ser treinador não está no seu horizonte.
Nuno Silva nasceu em Lisboa, jogou numa equipa local de bairro, da empresa Ramilux, do ramo elétrico, que "só tinha juniores" e depois, já sénior, voou para os Açores, onde representou Santa Clara (duas épocas). Seguiu-se o Alentejo e o Elvas (mais duas épocas) e por fim, em 1999/2000, o Leixões. Chegou e ficou por lá até hoje.
"Adaptei-me muito bem à região, as pessoas são acolhedoras e a qualidade de vida é boa. E o Leixões, realmente, é um clube especial, pela sua história pela sua mística e pelos seus adeptos", disse.
Nuno Silva lembra que passou "momentos fantásticos no Leixões", um deles foi a "final da Taça de Portugal" da época de 2001/02 (vitória do Sporting por 1-0).
"Faz segunda-feira 12 anos", lembrou.
Outro momento alto da sua carreira foi a "presença na Taça UEFA", na época seguinte, prova em que o Leixões eliminou uma equipa da Macedónia (Belasica), causando grande alegria entre os adeptos, e acabou afastado pelo PAOK, da Grécia.
"Fiz uma carreira de que muito me orgulho", concluiu.
No Leixões, Nuno Silva treina e joga com futebolistas com quase metade da sua idade, como o nigeriano Anderson e os portugueses Rui Cardoso e Pedro Pinto, todos nascidos em 1994.
Ri-se, desvaloriza e acrescenta simplesmente: "Eles sabem que podem contar comigo".
"Tenho colegas que são filhos de ex-colegas meus, como o João Novais. O pai dele, o Abílio [médio que representou também, e nomeadamente, o FC Porto e o Belenenses] foi meu capitão", recorda também.
Nuno Silva diz que "a genética e alguns cuidados" estão na base da sua longevidade futebolística.
"Claro que tive as minhas noitadas", admite, rindo-se novamente, lembrando que foi "operado duas vezes ao joelho, mas não foi muito grave".
Com 1,80 m, Nuno Silva parece não ter as medidas adequadas para um defesa central, uma posição em que a altura conta.
"Tenho boa impulsão e temos de ser mais espertos do que o adversário. Nunca senti isso como um problema", argumentou.
No domingo, Nuno Silva vai ser homenageado pelo Leixões no final do jogo com o União da Madeira (16:00), a contar para a 42.ª e última jornada da II Liga portuguesa de futebol.
"Acho que vão soltar-se as lágrimas. Vou sentir falta de tudo. Devo ao Leixões tudo o que sou", remata.
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