O Marítimo apresentou hoje o plano estratégico para o futuro imediato do emblema que vai disputar a II Liga de futebol, numa sessão de esclarecimentos aos sócios que terminou com muita contestação à atual direção.
A sessão promovida pela direção estava originariamente marcada para a sala de conferências do complexo desportivo do clube insular, mas, devido à grande afluência, cerca de 320 sócios, teve de ser alterada para o pavilhão, situado no mesmo edifício.
A entrada foi exclusiva para sócios maritimistas, para uma sessão de esclarecimento sobre o plano estratégico para o futuro imediato do emblema madeirense, que irá a votação na Assembleia Geral Extraordinária, marcada para 27 de junho.
Na conferência de imprensa que se sucedeu, o presidente da Mesa da Assembleia Geral do Marítimo, José Augusto Araújo, adiantou que “a vontade era que os sócios que vão participar na AG tivessem melhor conhecimento das questões técnicas que estão em causa para este plano”, assumindo que o objetivo “não foi claramente conseguido”.
À semelhança do que aconteceu na sessão à porta fechada, o plano foi explicado aos jornalistas por Hugo Caetano, consultor de uma empresa contratada pelo Marítimo para a elaboração do mesmo.
“A intenção era apresentar aos sócios aquilo que são as necessidades do ponto de vista de reorganização da estrutura empresarial do universo Marítimo, para que efetivamente se possa preparar o Marítimo para aquilo que é o desafio que tem hoje em dia”, referiu Hugo Caetano, explicando que o clube necessita de atrair investidores, “sejam eles atuais ou novos”, mas que para isso é necessário “profissionalizar a sua estrutura empresarial, nomeadamente a SAD”.
O consultor sublinhou que “há um trabalho profundo que é preciso fazer e o desafio é grande”, adiantando que o propósito era a apresentação do plano, para que, no dia 27, “fosse mais fácil a votação dos sócios”.
“O Marítimo tem uma situação que está identificada para o esforço que tem de fazer, nomeadamente, para se posicionar tal e qual como os outros clubes que estão na II divisão a tentar lutar pela primeira, tem um percurso para fazer e se não o fizer certamente que terá um trabalho muito mais difícil para conseguir alcançar esses objetivos”, referiu.
Segundo Hugo Caetano os investidores que têm demonstrado interesse “necessitam que este plano estratégico seja visto e seja apreciado, seja com esta direção ou com outra, porque efetivamente a parte principal é a necessidade de profissionalizar a SAD, que está dentro do clube, não está profissionalizada, não desempenha na totalidade o seu objetivo”.
O consultor deu conta que, no que concerne à estrutura empresarial do universo Marítimo, “há um conjunto de empresas que do ponto de vista de estrutura societária não estão dentro da esfera do Marítimo”, situação que torna “impossível atrair investidores, sem a situação estar resolvida”.
“A época desportiva está a ser preparada e, havendo a aprovação deste plano estratégico, há pelo menos um investidor que no imediato pode entrar e há um segundo que no imediato pode começar a fazer o trabalho, porque pretende cotar a SAD do Marítimo em bolsa”, explicou, adiantando que existe o interesse “de dois grupos sediados em Portugal, mas com investidores de fora e um investidor americano”.
Hugo Caetano fez questão de ressalvar que a votação que irá acontecer na Assembleia Geral Extraordinária, em 27 de junho, às 18:00, não tem qualquer relação com investidores, referindo que “serão apresentadas em assembleias especificamente e não pode haver essas propostas sem esta estrutura estar organizada”.
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