O antigo capitão dos Palancas Negras Fabrice Mayeco "Akwá" reconheceu hoje, em Luanda, as qualidades do novo treinador da Selecção Nacional de futebol, Beto Bianchi, mas discorda da acumulação da tarefa com a de técnico do Petro de Luanda.

Em reação à indicação do técnico hispano-brasileiro pela Federação Angolana de Futebol (FAF), quarta-feira, para um período de três anos, o ex-craque declarou à Angop que pelo tempo que está no país tem feito um bom trabalho no seu clube, que lhe permite evidenciar qualidades de um grande treinador.

“Desde que está à frente do Petro tem feito um bom trabalho. A equipa está a praticar um futebol que veio dar alegria aos adeptos. Apesar das escolhas nem sempre serem de agrado de todos, devemos respeitar as opções. Na selecção o trabalho será mais difícil, já que terá de conciliar com a do Petro e uma das duas será prejudicada”, disse.

Para Akwa, o facto da Selecção Nacional actualmente estar em baixo a nível competitivo exigirá um maior esforço por parte de todos, o que, em certa medida, também vai dificultar a conciliação da dupla função do treinador, que devia estar em tempo integral apenas nos Palancas Negras.

O antigo camisola “10” expressou também a sua preocupação sobre os reais objetivos dos Palancas Negras. Admitiu que o treinador serviria melhor aos propósitos futuros e não imediatos, já que o seu perfil profissional se enquadre com o trabalho a longo prazo, baseado numa melhor organização geral do futebol interno.

“Na qualidade de angolano quero sempre o positivo para o meu país e devo dar todo o meu apoio. Por isso, vamos esperar que tudo que está a ser feito dê certo”, frisou.

Akwá, que também já actuou em clubes da Europa e Médio Oriente, notabilizou-se ao serviço dos Palancas Negras, tendo apontado o golo (vitória no Rwanda, 1-0) que garantiu o apuramento de Angola ao Mundial de 2006, na Alemanha, único na história do país no escalão principal.

Actualmente preside a Associação Candengue Habilidoso, instituição ligada ao futebol infantil.

Roberto Bianchi, de 50 anos de idade, o técnico, que teve a afirmação da sua carreira em Espanha, vai trabalhar comulativamente com a equipa do Petro de Luanda, vice-campeão nacional, onde já trabalha há cerca de um ano.

O seu primeiro teste acontece já no dia 28 deste mês de Março na cidade de Bloenfonteim, diante da África do Sul, em desafio enquadrado na data FIFA.

De acordo com o presidente da FAF, estavam em carteira dois jogos amistosos, um dos quais com a Tanzânia, mas por razões financeiras optou-se apenas por um.

O antigo goleador do Petro de Luanda e dos Palancas Negras Flávio Amado será o seu principal adjunto, bem como de dois dos seus compatriotas também ao serviço dos petrolíferos e que vão trabalhar na preparação física e com os guarda-redes.