Em 2010, Cabo Verde falhou o apuramento para o CAN por uma vitória. Em 2011, foi por um golo. À terceira, será de vez? É esta a questão levantada por todos os cabo-verdianos que há muito anseiam ver desfraldada a bandeira de Cabo Verde nos grandes palcos do futebol africano.

A barreira que separa o sonho de mais uma depressão está dividida em 180 minutos, metade na Várzea, metade em Yaoundé. Pela frente, uma seleção dos Camarões com presenças regulares em Mundiais e uma das mais conceituadas de África, com quatro títulos a nível africano e uma medalha de ouro em Jogos Olímpicos.

Sem a força e hegemonia de outrora, os “leões indomáveis” surgem como um osso duro de roer para os “tubarões azuis” na última etapa de apuramento para o Campeonato Africano das Nações. Sem Eto´o e com muitos problemas internos, os Camarões não querem falhar pela segunda vez consecutiva, uma presença na fase final de um CAN, depois de não terem estado na Guiné-Equatorial e Gabão em 2012.

À terceira, será de vez, "tubarões"?

Se para os “leões indomáveis” é imprescindível a presença no próximo CAN, de modo a recuperar a confiança dos adeptos, para Cabo Verde é uma questão de tudo ou nada: a terceira, tem de ser de vez.

Em 2010 Cabo Verde ficou a uma vitória de assegurar a passagem para a segunda fase de grupos de apuramento ao CAN e ao Mundial2010. Cabo Verde, comandado pelo português João De Deus, ficou em segundo no grupo com nove pontos, atrás dos… Camarões. Na última jornada perdeu fora com a Tanzânia por 3-1, Nessa fase, os “tubarões” marcaram sete golos e sofreram nove, ficando com dois golos negativos. Das equipas que terminaram em 2º, Cabo Verde foi o 12º melhor, quando apenas os oito melhores segundos classificados passavam à fase seguinte.

Na fase seguinte, os primeiros três de cada grupo (cada agrupamento tinha quatro equipas) apuravam-se para o CAN2010 e os vencedores para o Mundial2010.

Cabo Verde viria a mudar de selecionador mas manteve os métodos, assim como o grupo de jogadores normalmente convocados. Com Lúcio Antunes ao comando, os “tubarões” entraram para a última jornada a dependerem de si para se qualificarem. Bastava ganhar em casa ao Zimbabwe por dois golos de diferença. Entraram forte e fizeram o 2-0 antes dos 15 minutos de jogo mas depois “foram-se” abaixo, sofreram um golo e foram incapazes de marcar o único tento que faltava para estar no CAN2012.

Uma frustração enorme para os amantes da seleção nacional de Cabo Verde, que nunca se sentiram tão perto de um grande palco do futebol africano. Por momentos, devido a informações erradas passadas na Várzea, chegou-se a festejar efusivamente um apuramento que ficou a um golo de se concretizar.

Agora para 2013, todos estão convictos no apuramento e ninguém aceita “morrer” na praia pela terceira fez consecutiva. Uma presença num CAN será a pedra de toque que lançará Cabo Verde no mundo do futebol internacional e o sonho de uma possível presença num Mundial.

A federação deixaria de “pedinchar” tanto na altura de organizar provas nacionais de futebol, já que iria conseguir resolver parte dos seus problemas de tesouraria com dinheiro recebido pela participação em provas internacionais, ‘cachets’ maiores em jogos amigáveis e uma melhor negociação de patrocínios.

O Estádio da Várzea deverá encher de adeptos, ávidos de ver Cabo Verde num CAN. É agora ou nunca.