O presidente da Federação Cabo-Verdiana de Futebol (FCF), Mário Semedo, considerou hoje que fica na história do futebol cabo-verdiano, atendendo às diversas conquista alcançados ao longo do seu consulado.
«Ganhei a primeira Taça Amílcar Cabral da história do futebol cabo-verdiano e qualifiquei a seleção para a Copa de África das Nações (CAN), sem contar com outras vitórias, não só no campo desportivo, de resultados, mas também a nível da infraestruturação e da nossa credibilidade junto das instituições que gerem o futebol no mundo», exemplificou, em entrevista exclusiva à Inforpress, em Yaoundé, horas após a qualificação de Cabo Verde para a CAN.
Mário Semedo estende, no entanto, os feitos alcançados à toda a equipa diretiva, técnica e administrativa da FCF, tanto mais que, acrescentou, este projeto que atingiu agora «um dos pontos mais marcantes» está em curso desde que entrou na federação.
«Em 2008 reformulamos o nosso projeto, fixamos objetivos concretos e hoje cumprimos um dos mais ambiciosos, a qualificação para uma prova continental», acrescentou.
Com esta qualificação, assegurou, e com a qualidade que a equipa já demonstrou «podemos e devemos ser ambiciosos para uma boa postura» na CAN.
«Se reparar, a seleção começou a época com duas derrotas consecutivas com a Serra Leoa e com Tunísia, mas soubemos dar a volta com a qualificação para o CAN. É uma trajetória importante e, por isso, acredito que podemos ter uma outra ambição na fase final», indicou o presidente da FCF.
Relativamente ao jogo de domingo em Yaoundé, Mário Semedo considerou que se tratou de uma «grande jornada desportiva» para o país e para os cabo-verdianos, explicando que a seleção chegou aos Camarões com uma vantagem de 2-0, mas que houve, da parte camaronesa, uma «forte mobilização» em relação aos jogadores que antes não estavam na seleção, a vinda de Samuel Eto’o, ou seja «fizeram tudo o que esteve ao alcance do país» para enfrentar Cabo Verde.
«Mas mesmo assim a equipa deu uma resposta excelente em qualidade de jogo e inteligência, tivemos a sorte e a arte de marcar o golo cedo o que ajudou na postura tática que a seleção trazia para o jogo», elucidou.
Na hora de dividir os “louros” pela conquista da nação, Mário Semedo lembra que houve harmonia, união de esforços e a concertação na abordagem da “Operação Camarões” entre o Governo e a FCF, o que, destacou, vai servir de exemplo não só para o futebol, como para outras modalidades e outras ocasiões como esta.
«É fundamental que as federações e o Governo estejam sempre em concertação, a trabalhar sempre juntos para que possamos obter os êxitos que o país almeja», concretizou.
A hora é de comemoração e, por isso, Mário Semedo já abordou Lúcio Antunes, o selecionador, sobre a possibilidade de “no imediato” a seleção efetuar uma deslocação à ilha de São Vicente, tendo em conta todo o apoio e aquilo que a ilha significa neste projeto em jogadores apoios recebidos.
«A seguir vamos tentar levar a seleção às demais ilhas, reconhecemos que é um pouco difícil, porque os jogadores são profissionais, mas havemos de descobrir, com outra forma de representatividade, levar esta alegria a outras ilhas», conclui Mário Semedo.
A seleção de Cabo Verde apurou-se domingo para a CAN em Yaoundé, Camarões, ao vencer a equipa local por 3-2, no cômputo da eliminatória, a duas mãos, ou seja, vitória em casa por 2-0 e derrota nos Camarões por 1-2.
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