O presidente da Associação de Futebol de Leiria mostrou-se fortemente crítico com o possível adiamento da votação dos novos estatutos por uma semana, como foi proposto já durante a Assembleia Geral (AG) extraordinária da Federação Portuguesa de Futebol (FPF).
«Não concordo com esta proposta», disse, alegando que a mesma visa conquistar «um a um, por cansaço ou outras situações» subscritores à proposta de adaptação dos estatutos da FPF.
Numa intervenção um pouco mais exaltada, Júlio Vieira acusou os proponentes deste adiamento de quererem assumir o poder do futebol em Portugal.
«O que está em causa nesta AG é o poder do futebol português. É o bloco Liga-Sindicato-APAF-ANTF que vai passar a mandar no futebol português. É justo que organismos que fundaram a FPF sejam tratados assim? Nem Salazar se lembrou de uma lei destas. Tinha de ser um Governo socialista a cometer esta ingerência grosseira», acusou ainda o líder da AF Leiria, estendendo a sua indignação à postura do Governo.
«Há leis que não merecem ser respeitadas e esta viola o livre associativismo presente no art. 46.º da Constituição. Estamos aqui nesta encruzilhada há três anos por culpa do poder político e de um Secretário de Estado irresponsável por um problema que se resolvia em cinco minutos», acrescentou.
Antes, já o presidente da FPF admitiu que o organismo enfrenta uma «encruzilhada muito importante» perante a FIFA e a UEFA e «também perante o próprio Governo». «Era fundamental que hoje estes estatutos fossem aprovados, mesmo que depois continuássemos a dialogar com o Governo sobre o Regime Jurídico», frisou Gilberto Madaíl.
Mesmo durante a AG, a direcção da FPF apresentou à mesa da AG duas propostas de alteração aos novos estatutos. Para que estes sejam aprovados é necessário a adesão de mais de 75 por cento dos votos dos sócios ordinários presentes.
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