Os sócios ordinários da FPF decidem, este sábado, em Assembleia Geral (AG) extraordinária, a partir das 10 horas, em Lisboa, se aprovam ou não os novos estatutos do organismo, adequando-os ao novo regime jurídico das federações.
Trata-se de uma AG de vital importância para o futuro imediato do futebol português, visto que a não aprovação de novos estatutos e consequente inadequação à lei, colocá-lo-á sob a iminência de sanções por parte de UEFA e FIFA, nomeadamente com repercussões a nível da actividade das selecções nacionais e dos clubes na provas europeias.
Por outro lado, a manutenção dos actuais estatutos poderá culminar com a retirada do estatuto de utilidade pública à FPF, com todas as consequências daí resultantes, estatuto esse que se encontra suspenso pelo Governo com prejuízos consideráveis para todo o edifício federativo, designadamente a nível do futebol de formação e da actividade que é promovida e desenvolvida pelas associações desportivas.
Para que os novos estatutos sejam aprovados nesta AG, é preciso que haja 75 por cento dos votos, mais um, num universo de 500, sendo que se houver 126 contra (25 por cento mais um) a proposta não passará.
A favor da aprovação dos estatutos está á cabeça a Liga Portuguesa de futebol Profissional (LPFP), à qual se juntam o Sindicato dos Jogadores, a Associação dos Treinadores, a Associação Portuguesa de Árbitros de Futebol, entre outros, além de várias associações que mudaram de posição nas últimas semanas por entenderem que se deve aprovar os estatutos, apesar de discordarem de várias normas do regime jurídico, para evitar graves prejuízos imediatos para o futebol luso.
No entanto, nas várias reuniões que ocorreram nas últimas semanas nunca foi alcançada uma base de apoio de 75 por cento dos votos mais um, sem a qual os novos estatutos jamais passarão, embora a distância para atingir aquela percentagem tenha sido sempre curta.
As pressões que, entretanto, começaram a ser exercidas sobre as associações aumentou substancialmente nas últimas semanas, nomeadamente através de uma carta enviada pela FIFA a exigir a adequação dos estatutos à Lei ou do anúncio da presença de um membros desse organismo e da UEFA na AG de hoje, cujo efeito terá sido o de fazer vacilar ou mesmo recuar algumas associações que estavam dispostas a votar favoravelmente os novos estatutos.
Tanto assim que o presidente da direcção da FPF, Gilberto Madaíl, se viu impelido a solicitar àqueles dois organismos que não enviassem nenhum representante para marcar presença na AG.
Entretanto, a única candidatura às eleições marcadas para o dia 05 de Fevereiro, no âmbito dos estatutos vigentes, encabeçada pelo presidente da Associação de Futebol de Coimbra, Horácio Antunes, foi retirada sob a alegação de permitir que todos os sócios ordinários da FPF pudessem votar hoje sem se sentirem pressionados.
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