Em Joanesburgo, um numeroso grupo de elementos da associação do Rancho Folclórico Terras do Norte, que se juntou na noite de quarta-feira para celebrar a vitória por 4-0 sobre Malta, é ilustrativo do novo entusiasmo vivido entre a comunidade, após um longo período de desalento e descrença motivado pelos fracos resultados e exibições da “selecção das quinas”.
Os velhos hábito de assistir nos clubes e associações às partidas da selecção, que foi morrendo por força das transformações sociais e da maior acessibilidade à televisão por satélite, ameaçam regressar em força com a subida de rendimento dos pupilos de Carlos Queiroz, referem muitos portugueses residentes em Joanesburgo.
A esperança de ver a selecção no Mundial de 2010 renasceu e as críticas ao seleccionador e aos jogadores, que eram frequentes até à semana passada em círculos portugueses, deram lugar a um entusiasmo mal contido.
Muitos dos presentes preferiram falar em “equipa em renovação”, manifestando uma confiança no seleccionador, que até há bem pouco tempo era praticamente inexistente entre os que “sofrem” longe do país de origem com a hesitante carreira da selecção nacional rumo à África do Sul.
O “renascimento” das esperanças portuguesas de estar presente no primeiro Mundial africano coincide com o lançamento de uma campanha publicitária de uma marca de lubrificantes que colocou enormes imagens de Cristiano Ronaldo ao longo das mais importantes estradas da África do Sul.
Em “billboards” e ecrãs, dispostos ao longo de estradas e auto-estradas em redor de Joanesburgo e outras cidades, o melhor jogador do mundo de 2008 - e que é natural da Madeira tal como cerca de 300 mil dos portugueses residentes na África do Sul - é visto em várias posições de remate, enquanto slogans comparam a potência do seu remate, velocidade e arranque, aos efeitos do óleo Castrol nos motores dos veículos automóveis.
Com as estradas “pintadas” de Ronaldo e o entusiasmo a renascer entre centenas de milhares de emigrantes, o Mundial de 2010 prepara-se para receber a “selecção das quinas”.
A vitória no “play-off” é o carimbo que falta agora no passaporte da selecção.
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