Fernando Gomes era o rosto da proposta da Liga pela revisão dos estatutos, contando na sua iniciativa com o apoio de mais nove associações. Contudo, a não aprovação da proposta na Assembleia Geral (AG) extraordinária hoje realizada na Federação Portuguesa de Futebol (FPF) atira o organismo para uma encruzilhada da qual diz não ter culpa.
«A Liga fez o trabalho que lhe competia. Tentou unir os sócios da Federação na perspectiva de adequar os seus estatutos ao regime jurídico de acordo com aquilo que sempre defendeu e que foi mandatado pelo conselho de presidentes. Assumir responsabilidades? De modo algum, bem pelo contrário. Tudo fiz para que não houvesse qualquer prejuízo. Outras pessoas poderão ser responsabilizadas. O presidente e a Liga, nunca», refere o dirigente, após a reunião magna da FPF.
A proposta da Liga mereceu o apoio de 70,6 por cento dos votos, porém insuficientes para os necessários 75 por cento do universo eleitoral dos sócios da FPF (353 votos a favor e 147 contra). «Atingir 70 por cento não é de forma alguma uma derrota. Sentimos claramente que a Liga cumpriu o seu objectivo de criar uma base alargada de consenso», frisou.
Confrontado sobre qual a saída para este impasse na FPF, que já ditou inclusive a suspensão do estatuto de utilidade pública e cancelamento de vários apoios financeiros, Fernando Gomes salienta que não lhe cabe a si ou à Liga ceder depois dos esforços envidados na adequação dos estatutos ao novo Regime Jurídico das Federações Desportivas.
«Eu não tenho de ceder, quem tem de ceder é o Governo, porque é a ele que cumpre tomar as decisões adequadas relativamente a um organismo que não adequou os estatutos. Não sou mágico nem membro do Governo. Há sócios da Federação que querem manter as coisas tal como estão e é assim que vão continuar», sublinha.
Relativamente ao possível recuo de Gilberto Madaíl na vontade de se recandidatar à presidência da FPF, na sequência do 'chumbo' desta tarde, o presidente da Liga e 'vice' da FPF compreende a posição. «Ele já afirmou que era candidato com os novos estatutos, os estatutos mantêm-se. É perfeitamente admissível esse posicionamento.»
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