A Federação Portuguesa de Futebol terminou a temporada passada com lucro. O organismo que tutela o futebol nacional conseguiu um lucro superior ao esperado, muito também pela vitória da seleção nacional no Euro 2016.
Segundo avança o jornal Record, o triunfo em França, com todas as consequências previstas, como o aumento dos prémios dos patrocinadores e a presença na Taça das Confederações levou a um aumento do lucro previsto pela FPF em junho do ano passado.
A federação tinha feito uma previsão conservadora, antecipando que o lucro se devia fixar em 22 mil euros. Mas as receitas acabaram por ser superiores em 22,4 milhões de euros, enquanto que as despesas também subiram 18,7 milhões. Assim sendo, a FPF ganhou 65,9 milhões de euros e gastou 62,2 milhões.
E a Federação já tem previsto para que vai ser usado este dinheiro extra. Um milhão de euros será atribuído ao futebol não profissional, aumentando a comparticipação aos clubes em seguros, taxas de inscrição, organização e arbitragem.
Já o Programa 2020, cujo objetivo é fazercom que Portuga tenha 200 mil praticantes de futebol em 2020, terá um reforço de 900 mil euros. Já o restante dinheiro será aplicado sobretudo com os associados e futebol amador.
Do lado dos gastos, a arbitragem equivale a 6 milhões de euros por ano, sendo que ainda não incluía o vídeo-árbitro. A organização das provas, desde a Taça de Portugal aos campeonatos juvenis, custou à FPF 4,2 milhões de euros.
A seleção A Feminina, por outro lado, foi a terceira equipa (sem contar com a seleção nacional masculina) que mais dinheiro recebeu, com 565 mil euros, estando apenas atrás da equipa de sub-21 e da seleção A de futsal.
Estes números, enviados ontem para os delegados que irão votar o relatório e contas na assembleia geral do próximo dia 30, mostram também que a FPF recebeu 3,3 milhões de euros do Estado, sendo que 1,5 milhões foram utilizados para pagar deslocações das equipas das ilhas, algo que é obrigatório por lei.
FPF prepara projeto para avançados
Depois de, há mais de dois anos, ter sido criado o Projeto 1, coordenado por Vítor Baía e que visa incentivar os jovens de todo o país a serem guarda redes, agora é altura dos avançados.
A FPF quer criar o Projeto 9, coordenado por Pedro Pauleta, que pretende encontrar futuros atacantes para o futebol português. O lucro das contas permite assim que este novo projeto receba 75 mil euros.
A temporada 2018/2019 também deve ser importante para as contas da Federação Portuguesa de Futebol, altura em que entram em vigor os novos contrato de patrocínio e os direitos de TV. A partir do julho do próximo ano, a UEFA vai negociar os direitos em bloco, sendo que esta será a principal fonte de receita ordinária da FPF
Números que interessam:
75 mil será o valor da bolsa de estudo que vai ser criada pela Federação Portuguesa de Futebol destinada a ex-jogadores que queiram retomar ou terminar os estudos
6: A Federação quer fazer novos contratos de patrocínio com a duração de seis temporadas, ao contrário das quatro que agora são normais. A ideia é apanhar o Mundial 2024, que se realiza no Qatar, em dezembro.
7% é a percentagem dos custos com pessoal no total das despesas da FPF. É um rácio baixo para o que é normal numa empresa com a dimensão da FPF.
2 milhões de euros: foi este o valor mínimo das propostas que chegaram à FPF para levar a seleção nacional a disputar jogos particulares no estrangeiro, desde que se sagrou campeã da Europa.
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