Cristiano Ronaldo ainda não tinha nascido quando Eusébio abriu caminho à vitória por 3-0 da seleção portuguesa de futebol sobre a congénere do Equador, no único confronto entre as duas seleções, há mais de 40 anos.
A poucos dias do segundo embate, no particular de quarta-feira, em Guimarães, José Augusto, selecionador nacional da altura, recordou à agência Lusa o jogo de 1972, no Torneio da Independência do Brasil, avisando Paulo Bento que o valor da atual seleção equatoriana «é muito superior».
«O Equador até tinha alguma qualidade, mas isso foi insuficiente para nós e acabámos por ganhar por 3-0. Desde 72 para cá tem trabalhado muito para o desenvolvimento do seu futebol, como o prova o 12.º lugar no ranking da FIFA», observou.
José Augusto tem boa memória do resultado, mas menos dos três golos lusos, marcados por Eusébio, aos 37 minutos, Dinis, aos 53, e Nené, aos 77, pouco tempo depois de ter entrado em campo, numa seleção que «era quase um decalque da equipa do Benfica».
O confronto na cidade brasileira de Natal, a 11 de junho de 1972, foi o primeiro na competição, também conhecida como Minicopa, numa edição em que Portugal apenas foi travado na final pelo anfitrião Brasil, então campeão mundial em título, por um golo de Jairzinho aos 89 minutos.
«Fomos a grande surpresa da prova. Conseguimos chegar à final, depois de termos eliminado equipas tão poderosas como a União Soviética, o Uruguai e a Argentina», assinalou o antigo jogador e selecionador português.
José Augusto recorda-se que no banco de suplentes, ao lado de Damas (José Henrique era o guarda-redes titular), estava sentado «o melhor guardião português nesse ano»: Mourinho, pai do atual treinador do Real Madrid, que conquistaria a primeira e única internacionalização ainda durante o Torneio Independência, frente à República da Irlanda.
Para o antigo selecionador nacional, o Equador, «apesar de todos os progressos, continua a ser uma equipa inferior a Portugal», advertindo que no encontro de quarta-feira a seleção orientada por Paulo Bento «se é certo que não tem Eusébio, tem Ronaldo», o «legítimo sucessor» do “pantera negra”.
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