Horácio Antunes vai mesmo encabeçar uma lista concorrente às eleições na Federação Portuguesa de Futebol (FPF), a qual será apresentada na segunda-feira, revelou este sábado à agência Lusa fonte próxima da lista.

Segundo a mesma fonte, a lista liderada pelo presidente da Associação de Futebol de Coimbra já assegurou 146 votos, número acima dos 125 necessários (25 por cento do total de 500 votos da Assembleia-Geral) para aquela poder ser aceite no escrutínio.

Hoje realizou-se uma reunião em Lisboa, na qual estiverem presentes representantes das associações de Lisboa, da Madeira, de Setúbal e de Aveiro, com o objectivo de debater o projecto de estatutos da FPF apresentado pela Liga e compará-lo com o elaborado pela comissão delegada das associações, no sentido de os aproximar.

Segundo uma fonte do movimento associativo, sendo os dois projectos semelhantes, existem algumas diferenças que poderão ser esbatidas quando o projecto da Liga for eventualmente discutido na especialidade na Assembleia-Geral marcada para 29 de Janeiro.

O grupo de associações que considera «inoportuno e desajustado» realizar eleições em 5 de Fevereiro com os actuais estatutos está a tentar demover o grupo de associações que apoia a candidatura de Horácio Antunes, mas este está determinado em apresentar a lista na sede da FPF na segunda-feira, data limite para o fazerem.

Uma fonte desse grupo de associações disse à Lusa que ainda “mantém a esperança” de que Horácio Antunes “seja sensível aos argumentos” dos que defendem a sua não candidatura.

Tanto mais que, segundo a mesma fonte, uma lista eleita nestas circunstâncias seria “um poder de transição, efémero, que não devolveria estabilidade à FPF e que seria constantemente confrontado com a necessidade de adequar os estatutos ao novo regime jurídico das federações”.

Mesmo que sejam apresentadas listas na segunda-feira, isso não significa que as eleições se realizem, pois a Liga e mais alguns sócios da FPF convocaram uma Assembleia-Geral para 29 de Janeiro, para aprovar novos estatutos, adequando-os ao Regime Jurídico das Federações Desportivas, o que requer uma maioria qualificada de 75 por cento.

A aprovação dos novos estatutos levaria aquela maioria que os votou a “requerer de imediato a suspensão do ato eleitoral em curso” ao presidente da Assembleia-Geral.

A mesma fonte associativa adiantou que, mesmo que Avelino Ribeiro insistisse na realização das eleições em 5 de Fevereiro, como tem feito, aquela maioria «daria entrada com uma providência cautelar em tribunal para que este anulasse as eleições».

O escrutínio também pode ser anulado pelo Tribunal Arbitral requerido pela Liga, que já indicou em sua representatividade Gustavo Gramaxo, professor de Direito da Universidade Lusófona, enquanto se mantém um “braço de ferro” entre a direcção da FPF e o presidente da Assembleia-Geral em relação ao segundo nome a indicar para aquele tribunal.