O presidente da Associação de Futebol (AF) do Porto, Lourenço Pinto, considerou hoje «inútil» que seja discutido e votado o regulamento eleitoral decorrente do projecto de adaptação dos estatutos do organismo ao Regime Jurídico das Federações Desportivas.
«Este ponto na ordem de trabalhos de hoje apenas reflecte a eventual discussão e aprovação de um regimento eleitoral que está em desconformidade total com os estatutos aprovado na sessão anterior. Sendo assim, é uma questão prejudicial, que deve ser apreciada como uma questão prévia e dar sem efeito estes trabalhos», referiu Lourenço Pinto.
À entrada para a Assembleia-Geral da FPF, o presidente da AF Porto defendeu a marcação de uma nova reunião magna, confirmando esta intenção através de um requerimento subscrito por vários outros sócios ordinários do organismo.
«Para continuar brevemente numa assembleia em que se discutam os três artigos que não foram aprovados e, nessa altura, far-se-á um regimento eleitoral adequado a esses artigos. E então sim, discutir-se-á e votar-se-á os artigos e o regime eleitoral. Hoje é um ato inútil, penso eu», frisou.
Questionado sobre se temia que federação lusa enfrentasse uma suspensão como foi alvo a federação bósnia, Lourenço Pinto disse não recear punições internacionais, reiterando que a FPF viu o projecto de estatutos aprovados na generalidade, apesar dos três artigos chumbados.
«O único receio que eu tenho é que as instâncias desportivas internacionais, FIFA e UEFA, venham a apurar que o Governo, com o seu regime jurídico, constituiu uma Assembleia-Geral de uma pessoa colectiva de direito privado. Isso é que é intromissão e ingerência», sublinhou.
Lourenço Pinto disse temer a denúncia de algum país estrangeiro junto dos organismos internacionais do futebol: «Imagino a Itália, a França, a Espanha, a Ucrânia que vão dizer assim: nós estamos a ser aqui coagidos e Portugal age em liberdade e constitui uma AG por imposição do Governo».
Já durante a reunião magna, Amândio de Carvalho, vice-presidente da FPF, recordou os «problemas que podem surgir relativamente à não aprovação dos estatutos, em termos desportivos e financeiros».
A reunião magna de hoje dá continuidade à ordem de trabalhos da AG de 19 de Março, quando o projecto de estatutos da direcção da FPF foi aprovado na generalidade, enquanto os pontos sobre a representatividade e proporcionalidade da assembleia e a aplicação do método de Hondt na eleição para os conselhos de Arbitragem, Disciplina, Justiça e Fiscal foram chumbados na especialidade.
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