“Estou farto! Assim como há pessoas fartas de mim, eu também estou farto. Estou cansado e saturado. Quem já esteve 13 anos na federação e fez aquilo que tinha a fazer, se quiserem aplicar um pouco de justiça é ver o que foi realizado. Recordo-me bem quando ia para congressos da FIFA e da UEFA e chegava lá e não conhecia ninguém, hoje Portugal, além de conhecido, é respeitado”, salienta.
Numa altura crucial e decisiva para a Selecção A, a não aprovação por parte da Assembleia-Geral da FPF dos novos estatutos deixou o organismo um “tanto ou quanto” à deriva, uma situação que poderá levar a eleições antecipadas.
“Se tiver que haver eleições agora, por qualquer razão ou até por minha vontade, seriam realizadas de acordo com estatutos que não são reconhecidos nem pelo Governo, nem por outros agentes desportivos contestar um decisão de um conselho de disciplina ou de justiça por estarem fora da lei”.
Uma situação, que a acontecer, poderá deixar Madaíl fora do Mundial de 2010.
“É uma hipótese, mas o Regime Jurídico impõe que as eleições sejam até final de Julho do próximo ano. Se tivesse havido aprovação dos estatutos poderíamos ter eleições em Janeiro ou Fevereiro .
Admitiu, também, que “Luís Figo, pela sua experiência, daria um bom presidente”, ou até mesmo Hermínio Loureiro “que está a fazer um bom trabalho na Liga”.
“Ele [Figo] disse que estaria disponível quando fosse o momento adequado”, confidenciou Gilberto Madaíl.
Há mais de uma década à frente da Federação diz que não sabe, ainda, porque é assobiado quando vai a um estádio entregar uma Taça. “Sei lá! As pessoas gostam de assobiar, deve ser isso”.
“Essa conversa de dizer que “é a Bósnia e por isso já está no papo” não convence
O grande teste de Portugal rumo à África do Sul, já no próximo ano, começa dia 14 de Novembro, na recepção à Bósnia. Madaíl não tem dúvidas que a Selecção estará presente, mas que não se pense que a Bósnia são só facilidades.
“Essa conversa de dizer que “é a Bósnia e por isso já está no papo” não convence. Ainda agora, quando estive na UEFA e na FIFA, muita gente me alertou para o perigo que é a Bósnia quando joga em casa. Nunca foi a uma fase final, tem um elevado grau de nacionalismo e nós temos experimentado dificuldades face a equipas que, teoricamente, pela posição inferior no ranking, são aparentemente mais fáceis, mas que em casa se transfiguram”, frisa.
Com a Selecção a subir na cotação dos órgão máximos do futebol, Madaíl assume que a não presença no Mundial é prejudicial, mas não uma tragédia.
“A Selecção precisa de manter uma determinada dinâmica. Se não nos qualificarmos não podemos manter determinado ritmo de actividade, logo tem de haver desinvestimento, o que não quer dizer que tenhamos que despedir pessoas”, sublinha, lembrando que “a compra da nova sede à informatização, das condições disponibilizadas a todas as selecções até a investimentos feitos na área médica e dos audiovisuais, só tem sido possível com Portugal a marcar presenças sucessivas, desde há oito anos, nas fases finais”.
O projecto da Casa das Selecções, com protocolo assinado há nove anos, continua por construir. “Deparamo-nos com situações incontroláveis, nomeadamente, os vestígios arqueológicos, que fez perder 25 por vento do terreno que teve de ser recuperado”, diz, lamentando “não conseguir cumprir este objectivo”.
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