Octávio Machado comandava o Sporting na época de 1996/1997 quando Simão Sabrosa passou a integrar o plantel principal dos leões. Foi o técnico setubalense que o lançou e hoje vê com tristeza a renúncia do jogador à selecção portuguesa, embora realce que “só argumentos extremamente fortes podem levar um jogador como o Simão a renunciar à selecção”.
“Fico triste porque é alguém que conheço e sei as capacidades que tem. Além disso, representar a selecção nacional é o ponto mais alto da carreira de um jogador e prescindir disso não é um passo fácil.”
Bem ao seu estilo, frontal, Octávio acredita que este desfecho pode estar ligado ao caso que envolve o seleccionador nacional Carlos Queiroz:
“Todos nós gostamos de fazer o que gostamos com quem gostamos e é óbvio que neste momento isto pode ter ligação com aquele que foi o ambiente que se viveu na África do Sul. Mas esta não é uma situação única. Exceptuando alguns períodos, a selecção não tem sido o espaço de referência em que os atletas se sentem bem.”
Acrescenta que “as origens podem estar não só nos resultados do último Mundial mas também em tudo aquilo que é dado a conhecer e que de alguma maneira fragiliza o grupo, que tinha no seu interior situações extremamente desagradáveis”.
Octávio Machado não tem dúvidas de que “Queiroz é responsável por algumas atitudes que dividiram o grupo” e que terá sido por isso que “o Simão deixou de se sentir bem”.
“Compreendo as decisões de Queiroz, mas acho que já nem ele pensa que tem condições para ficar à frente da selecção nacional. O Carlos Queiroz passou a ser um problema e não uma solução.”
Em vésperas de começar a fase de apuramento para o Europeu 2012, Octávio frisa que todo este ambiente em torno da selecção “é péssimo” e que “nenhuma equipa pode viver num clima destes”.
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