O lugar de selecionador nacional é talvez um dos postos de maior responsabilidade em todo o futebol português, mas Fernando Santos tem conseguido corresponder a grande parte das expectativas. No capítulo mais importante, o dos resultados, o engenheiro conseguiu já um registo notável de sete vitórias em jogos oficiais, fazendo assim o 'pleno' e ultrapassando Scolari.
Pelo meio, Fernando Santos operou uma renovação gradual da seleção lusa - o próprio técnico não é fã de 'revoluções', como já assumiu - e lançou 15 novos internacionais em 10 partidas disputadas.
Para os amantes do futebol ofensivo, porém, a chegada do técnico à seleção não tem sido tão agradável, já que a média de golos marcados por jogo baixou, mas por outro lado reduziram-se os golos 'encaixados'.
Renovação: Em pouco mais de um ano, e em 10 jogos disputados - incluindo particulares - Fernando Santos lançou 15 novos jogadores na seleção portuguesa. Foram eles: Cédric, João Mário, Adrien, Raphael Guerreiro, José Fonte, Tiago Gomes, Anthony Lopes, Paulo Oliveira, André Pinto, André André, Bernardo Silva, Danilo Pereira, Ukra, Daniel Carriço e Nélson Semedo. A frieza dos números demonstra então uma média de 0.7 novos internacionais lançados por cada jogo disputado, registo ligeiramente superior ao dos seus predecessores.
A título de comparação, Paulo Bento lançou 24 internacionais, mas fê-lo ao longo de quatro anos e 47 jogos, o que equivale a cerca de 0.5 novos jogadores por encontro. Se recuarmos até à época de Queiroz, foram então lançados 16 jogadores em 29 jogos: ou seja, 0.6 novos internacionais por cada encontro. Recuando ainda mais, até ao tempo de Luiz Filipe Scolari, foi lançado entre 2003 e 2008 um total de 30 atletas em 75 jogos: uma média de 0.4 jogadores lançados por cada jogo, a mais baixa entre os quatro selecionadores.
Vantagens mínimas: A era Fernando Santos tem sido marcada pelas vitórias, mas com poucos golos. Em todos os jogos oficiais disputados sob o comando técnico do antigo selecionador grego, Portugal venceu sempre pela vantagem mínima. Em jogos particulares, Fernando Santos venceu por uma vez - também pela margem mínima, contra a Itália - e perdeu em duas ocasiões (2-0 contra Cabo Verde e 1-0 contra a França). Contabilizando todos os jogos, foram 12 golos marcados, divididos por dez jogos: uma média de 1.2 golos por encontro.
Na era Paulo Bento, imediatamente anterior à de Fernando Santos, marcaram-se 91 golos em 47 jogos, o que equivale a 1.94 golos por cada partida. Sob o comando técnico de Queiroz a equipa das 'quinas' marcou 47 golos em 26 jogos: uma média de 1.81 golos por partida, muito apoiada pela vitória por 7-0 diante da Coreia do Norte no Mundial2010. Com Scolari marcaram-se 144 golos em 74 jogos, ou seja, 1.95 golos por cada encontro.
Defesa sólida: Depois da pontuação imaculada na qualificação para o Europeu, a marca mais positiva tem sido o baixo número de golos sofridos: apenas quatro golos em sete jogos oficiais (0.57 golos por jogo). Se considerarmos também os duelos particulares, porém, foram então 7 golos sofridos em 10 jogos disputados, o que equivale a 0.7 golos por cada partida.
Mesmo contabilizando as duas derrotas em particulares, o registo de Santos neste aspeto é francamente positivo e muito superior ao de Paulo Bento: 49 golos sofridos em 47 jogos disputados, ou seja, 1.04 golos sofridos por jogo. Sob o comando técnico de Carlos Queiroz, porém, a defesa lusa foi ainda mais eficaz: em 26 jogos disputados Portugal sofreu apenas 12 golos, o que se traduz numa média de 0.46 golos sofridos por jogo. Com Scolari foram 62 golos 'encaixados' em 74 partidas, ou seja, uma média de 0.84 golos sofridos por jogo.
Registo histórico: Embora sempre com vitórias pela margem mínima, Fernando Santos já alcançou uma sequência histórica. Foram sete jogos consecutivos sempre a vencer, no apuramento para o Europeu de 2016, a melhor série de sempre em jogos oficiais. Até domingo, dia da vitória frente à Sérvia, o detentor do recorde era Luiz Felipe Scolari, que somou seis triunfos consecutivos: dois na qualificação para o Mundial e quatro na fase final da prova, na Alemanha.
O antecessor de Fernando Santos, Paulo Bento, conseguiu apenas o registo de cinco vitórias consecutivas em jogos oficiais, em jogos de qualificação para o Europeu de 2012. O melhor registo de Carlos Queiroz é, aliás, equivalente ao de Paulo Bento: cinco triunfos consecutivos em encontros de qualificação para o Mundial2010.
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