"Passei cinco anos muito bons em Portugal. Tenho as melhores lembranças, não só no aspecto profissional, mas na minha vida pessoal. Não descarto este país para passar muito tempo. É um país que preenche todos os requisitos que eu necessito para viver tranquilo", afirmou à Agência Lusa o antigo seleccionador português.
Apesar de admitir "não ter convites" para voltar a trabalhar em Portugal, o actual técnico do Bunyodkor disse que Portugal, "América" ou Inglaterra podem vir a estar nos seus planos quando terminar o contrato com o clube uzbeque, válido até Dezembro de 2010.
"Tenho um filho que termina o escolar (secundário) em Junho de 2010 e deverá entrar numa universidade. Ele tem dois ou três projectos, na América, Inglaterra ou Portugal. Portugal é um dos projectos que passa pela cabeça do Fabrício para estudar", afirmou.
O técnico considera que a posição da família será muito importante para a sua decisão futura, sobretudo caso o filho decida mesmo fazer a faculdade em Portugal.
"Pode ser que tenha mais um filho em Portugal e aí tenho que examinar o que vai acontecer. Eu vivo muito a família", disse.
Portugal surge no horizonte de "Felipão", depois de ter admitido recentemente que poderá voltar a orientar a selecção do Brasil, com a qual conquistou o título mundial de futebol em 2002 (Coreia do Sul/Japão).
Em Lisboa para participar na campanha nacional de protecção e prevenção da gripe sazonal e infecções respiratórias, Scolari também não se furtou a falar sobre a sua experiência no Bunyodkor, rejeitando ter sido um "passo atrás" na sua carreira.
"Pode ser que para alguns seja assim. Tentei explicar os motivos que me levaram ao Uzbequistão. Não fui contratado apenas como um técnico de futebol", disse.
Além de rejeitar que o seu cargo esteja em risco, garantindo mesmo ter sido incumbido pelo presidente para encetar contactos com empresas portuguesas, o brasileiro adiantou que o Bunyodkor "preencheu uma lacuna interesante" na sua experiência como "homem do mundo do futebol".
"Não fui contratado apenas como um técnico de futebol. Fui contratado para dar um pouco do meu 'know-how' e para mostrar como se monta uma equipa de futebol ou um clube para o futuro", acrescentou.
Scolari aproveitou ainda a ocasião para falar sobre a candidatura ibérica ao Mundial 2018. "É uma candidatura maravilhosa. Só não o é para algum outro concorrente", disse Scolari.
O próprio técnico utilizou a primeira pessoa do plural para defender a candidatura luso-espanhola e usou também a experiência ganha por Portugal com a organização do Euro2004.
"Nós já temos os estádios, nós já temos o 'know-how' de 2004, que foi fantástico e está a ser copiado em todo o Mundo. Nós temos o envolvimento da Espanha, temos a proximidade dos dois países. Não vejo porque razão não venha a ser vencedora", disse.
Luiz Felipe Scolari deixou a selecção portuguesa após o Europeu de 2008, tendo assumido o comando técnico dos ingleses do Chelsea em 01 de Julho de 2008. O técnico brasileiro manteve-se no cargo até Fevereiro de 2009.
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