A seleção portuguesa de sub-21 não teve dificuldades em bater a sua similar de Gibraltar por 3-0, em encontro do Grupo 7 de apuramento ao Europeu da categoria. Os jovens lusos dominaram o encontro mas pecaram e muito na finalização. O guarda-redes Banda foi o melhor em campo, com muitas defesas, a evitar uma goleada pesada à Seleção de Gibraltar. Os lusos fizeram 29 remates no jogo, 20 deles enquadrados com a baliza. Só Jota e Pedro Gonçalves (2) conseguiram marcar.
No próximo mês de novembro, Portugal recebe o Chipre, a Bielorrússia e a Holanda. Se vencer os três jogos, poderá garantir o primeiro lugar, ocupado neste momento pela Holanda, já qualificada.
Ponto prévio: este seria daqueles jogos de sentido único, com Portugal instalado no meio-campo contrário, num carrocel de ataques e com Gibraltar a defender como podia e a tentar sair em contra-ataque. O relvado sintético do Victoria Stadium 'jogava' a favor da equipa da casa, pelo que era importante tardar o golo português.
Rui Jorge mexeu em seis peças em relação à equipa que goleou a Noruega, dando mais qualidade técnica com as entradas de Rúben Vinagre, Pedro Gonçalves, Daniel Bragança, Dany Mota e Fábio Vieira. Na baliza esteve Max no lugar de Diogo Costa, um dos que saiu do onze, tal como Nuno Mendes, Florentino, Gedson, Pedro Neto e Leão.
A forte entrada lusa só foi traduzida em golos aos 17 minutos, num lance onde foi colocado selo de qualidade: passe de Fábio Vieira nas costas da bem povoada defensiva de Gibraltar para Jota receber com classe com o pé direito e finalizar com o pé contrário. Um golo que podia ter chegado no minuto anterior mas a 'bomba' de Dany Mota deixou a barra a abanar, tanta foi a potência colocada no tiro do avançado luso. Aos 15, o avançado do Monza tinha visto o guarda-redes Banda negar-lhe o golo com uma grande defesa.
Feito o primeiro, era uma questão de tempo os outros, devem ter pensado os comandados de Rui Jorge. Mas não foi isso que se viu no imediato. A seleção de Gibraltar, que perdera aqui neste estádio com a Holanda, líder do Grupo, por 6-0, teve duas situações na área lusa, uma delas num cabeceamento de Olivero que testou a atenção de Max.
Aos 23 minutos, Rui Jorge foi obrigado a mexer na equipa e trocou o lesionado Rúben Vinagre por Tomás Tavares, lateral emprestado pelo Benfica ao Alavés.
O duelo entre Banda e Dany Mota é que não tinha tempo para pausa. O avançado português ia tendo várias oportunidades mas todos os remates encontravam o guarda-redes de Gibraltar pelo caminho. Excelentes registos de Dany Mota, tanto nas movimentações como nas receções e na forma como associava com os colegas. Faltava colocar a bola no fundo das redes.
Antes do intervalo, Dany Mota apareceu isolado mas Parkinson cortou na hora certa. Depois foi Vitinha a lançar Diogo Dalot mas o lateral do AC Milan preferiu assistir Dany Mota em vez de finalizar. Má opção.
Com Gedson Fernandes e Joelson Fernandes a entrarem nos lugares de Diogo Dalot e Jota ao intervalo, Portugal voltou a entrar forte e marcou logo aos 50 minutos. Banda, 'borrou' a pintura na saída, Fábio Vieira aproveitou para assistir Diogo Gonçalves para um bom golo, num remate de primeira.
Se na primeira parte ainda a jovem seleção de Gibraltar tentou sair, na segunda não teve hipóteses. Portugal passou a jogar mais pelo meio, a tentar combinações curtas entre os jogadores para fazer frente a muralha de nove homens de Gibraltar colocados atrás da linha da bola. As oportunidades iam surgindo e quando não era o guarda-redes Banda a brilhar, era a 'floresta' de pernas a impedir a bola de entrar na baliza.
Rui Jorge tentou dar novas dinâmicas à equipa, fazendo entrar Pedro Neto e Pedro Pereira, nos lugares de Diogo Queirós e Vitinha. Era preciso paciência, circular com mais velocidade, e converter as oportunidades criadas. Pedro Neto conseguiu agitar com o jogo, com as suas arrancadas, sempre com a bola colada no pé. Já Joelson pouco ou nada acrescentou.
O 3-0 só chegou aos 80 minutos, em mais um lance de fino recorte técnico dos jovens lusos: Gedson recebeu na zona central, meteu em Dany Mota que, com um toque em habilidade, isolou Pedro Gonçalves para uma finalização calma e com classe: 3-0.
Até ao final, mais umas oportunidades falhadas, principalmente por Dany Mota, o mais perdulário.
Portugal chega assim aos 18 pontos em sete jogos, menos seis que Holanda que tem mais um jogo realizado. Os sub-21 lusos poderão confirmar o apuramento para o Europeu da categoria já no próximo mês de novembro, nos três encontros que vai realizar, todos em casa: dia 12 com a Bielorrússia no Estádio Municipal de Portimão, dia 15 com o Chipre no Estádio Municipal da Bela Vista (Parchal, Lagoa) e dia 17 com a Holanda, novamente no Estádio Municipal de Portimão. Se vencer os três encontros, a Seleção de sub-21 de Portugal poderá terminar no primeiro lugar, caso derrote a Holanda por 2-0 ou 3-1. A única derrota lusa nesta fase foi frente a Holanda por 4-2.
Portugal é segundo colocado do Grupo 7 de qualificação, com 18 pontos, menos seis do que a líder e já qualificada Holanda, que tem mais um jogo disputado, e mais oito que a Noruega, terceira classificada, que também tem mais um jogo realizado.
Para a fase final do Euro2021, que se realiza na Hungria e Eslovénia, entre 24 e 31 de março (fase de grupos) e 31 de maio e 06 de junho ('quartos', 'meias' e final), qualificam-se os vencedores dos nove grupos e os cinco melhores segundos.
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