O jovem futebolista português da Udinese Bruno Fernandes assumiu hoje a sua ambição de consolidar um lugar no “onze” da equipa italiana para, depois, chegar à seleção portuguesa.
“É normal que pense na seleção nacional. É um orgulho poder representar a seleção, seja de sub-20, sub-21 ou a principal. Eu tenho sido chamado para a de sub-20, mas o clube não me tem dispensado com muita tristeza minha, porque gostava de representar a seleção mais assiduamente. Tenho de respeitar as opções do treinador e continuar a trabalhar para que as chamadas à seleção continuem a aparecer”, disse Bruno Fernandes, em declarações à agência Lusa.
Aos 19 anos, o médio que chegou a sénior nos italianos do Novara, depois de ter cumprido a formação entre o Pasteleira e o Boavista, admitiu os sentimentos contraditórios com esta ausência da equipa das “quinas”.
“Não me posso queixar, porque é um bom sinal, é sinal que o ‘mister’ conta comigo, quer que eu esteja com a cabeça aqui, porque sabe que eu posso ajudar a equipa. De certa forma, sinto-me bem com isso, apesar de nunca me ter dito, percebe-se que é isso que pretendem”, sublinhou.
Bruno Fernandes reconheceu como inesperada a sua chegada ao “onze” da Udinese, justificando-a com o seu empenho.
“Esperar não esperava, porque é muito difícil chegar à Série A. Já o ano passado tinha ficado muito contente por, muito rapidamente, ter saído da ‘Primavera’ – que são os juniores em Portugal – para a equipa sénior do Novara. Depois, quando tive a sorte e a oportunidade agarrei-a como podia e consegui ganhar a confiança do ‘mister’ e da equipa também”, referiu.
Após ter marcado três golos em 12 jogos na Liga italiana, que leva 24 jornadas disputadas, além de ter jogado em quatro ocasiões na Taça de Itália, Bruno Fernandes recordou as dificuldades sentidas no início da temporada, quando o seu lugar no plantel chegou a estar em risco.
“O início do ano foi complicado, porque, além de eu ser muito jovem, a equipa era muito grande, com muitos jogadores, que eu tinha defrontado e que sabiam que iam ser emprestados outra vez. Treinei muitas vezes à parte, porque eramos muitos, não havia espaço para todos e estive até ao último dia do mercado para ser emprestado ao Watford”, recordou.
No entanto, o técnico Francesco Guidolin inviabilizou a cedência, logo após ter convocado o português pela primeira vez: “Acabei por ficar, fui trabalhando, ganhando o meu espaço, mostrando-me nos amigáveis, a equipa começou mal, foi eliminada da Europa, e eu fui conquistando a confiança dele e consegui, depois do jogo contra o Inter Milão, que me desse mais oportunidades”.
“Eu acabei por ter a sorte por este treinador não ter medo de arriscar”, rematou Bruno Fernandes, que lamentou a escassez de oportunidades para os jovens futebolistas portugueses nos emblemas da I Liga, em especial nos três “grandes”.
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