Substituto de Buffon. Só a expressão em si já devia ser motivo de orgulho para qualquer guarda-redes no panorama do futebol mundial. Mas também pode ser um fardo. Neste momento, é carregado por Zion Suzuki, guardião japonês de 22 anos que está a dar nas vistas na baliza do Parma.

O jovem nipónico chegou aos Gialloblù no último mercado de verão, proveniente dos belgas do Sint-Truiden, para uma das tarefas mais duras da sua carreira: substituir Gianluigi Buffon, um dos melhores guarda-redes de sempre do futebol mundial, uma lenda viva no Parma. Buffon durou até aos 45 anos. Foram 28 anos na elite do futebol mundial.

O trabalho de Zion Suzuki no Parma não espanta quem o conhece. Ainda no Japão, onde deu nas vistas no Urawa Reds (quatro temporadas), clube que o formou, já o Manchester United mostrava interesse nos seus serviços. Os responsáveis dos Red Devils viam nele o suplente perfeito para Andre Onana, que na altura estava a ser negociado com o Inter Milão.

Curiosamente, na altura de arranjar o seu substituto, o clube belga decidiu enveredar-se pelo mesmo caminho e foi buscar outro nipónico, muito parecido com Zion: chegou Leo Kokubo, guarda-redes de 23 anos que concluiu a sua formação no Benfica (80 jogos, divididos pelos sub-23, equipa B e sub-19, na UEFA Youth League).

A grande campanha do jovem Zion na Taça Asiática de 2023 abriu o apetite do Parma que não perdeu tempo e pagou 7,5 milhões de euros pelo seu passe, apesar da sua desastrosa exibição na derrota diante do Iraque, na fase de grupos. Um dia mau que foi aproveitado por alguns adeptos para lhe dirigir insultos racistas. Zion, filho de mãe nipónica e pai norte-americano, é negro.

Com a transferência para Itália, Zion Suzuki passava a ostentar o título de primeiro guarda-redes nipónico na Serie A italiana.

Chegou, pegou de estaca, e vai apresentado números fantásticos. No Parma sofreu 15 golos em 11 jogos, mas Zion é um dos cinco melhores guarda-redes sub-23 da Liga Italiana 2024/25, como mostram os 73 por cento de defesas, num total de 36 remates defendidos. Evitou 1,72 golos, numa época que está a ser melhor do que os responsáveis italianos esperariam.

O gigante nipónico tem vindo a melhorar o seu jogo de pés (62 por cento de precisão de passe), e precisa de melhorar muito nas saídas (29 por cento de precisão) para continuar a crescer.

Zion Suzuki nasceu em Little Rock, uma localidade do Arkansas, Estados Unidos da América. O pai é um norte-americano cujas origens estão no Gana. A mãe é japonesa. Foi no Japão, com a mãe, que o jovem Zion cresceu. Podia jogar por três seleções - Japão, EUA e Gana -, optou pelos samurais. Apesar da juventude, já leva 14 jogos na seleção principal japonesa.